Enquanto os pacientes com COVID-19 estão entrando na Justiça para conseguirem leitos, porque eles não existem nem na rede pública, nem na rede privada, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella anuncia a reabertura gradual do Município a partir da terça (02).
O tamanho da responsabilidade dos governantes com a vida do povo segue na contramão do compromisso que possuem com os empresários. Crivella, desde que foi eleito, não desenvolveu políticas para preservar e ampliar a Saúde Pública. Ao contrário, não destinou recursos, fechou postos de atendimento e demitiu trabalhadores do setor.
Absurdos
O médico sanitarista Carlos Vasconcelos, que atua como médico de família em comunidades e é diretor do Sindicato dos Médicos do Município do Rio de Janeiro, denuncia que o que está acontecendo é alarmante. Segundo ele, morreram na linha de frente dos atendimentos 30 médicos e 50 enfermeiros. Há ainda casos subnotificados de motoristas, maqueiros, recepcionistas e agentes comunitários. “Precisamos é de leitos para todos, para que não haja mais mortes. Romper o isolamento é colocar em risco a vida de todos!”, afirma.
Autoristarismo
No dia 23 de maio (sábado), Vasconcelos estava em uma intervenção pacífica pela “Proteção à Vida”, com dez pessoas e uma faixa, no pedágio da Linha Amarela, contando inclusive com a solidariedade dos operadores e policiais do pedágio, quando agentes do Batalhão da Polícia Militar chegaram e o levaram preso, junto com Lúcia de Pádua, diretora da Federação Nacional de Servidores Públicos da Saúde (FENASP). “Não infringimos lei alguma, mas mesmo assim fomos detidos e autuados. A Comissão de Direitos Humanos da OAB agiu rapidamente, fomos liberados e estamos aguardando o que vai acontecer agora”, disse Vasconcelos sobre o episódio.
Unidade
O médico e sindicalista não leva o caso da prisão para o lado pessoal, mas vê como um aviso de que o momento exige respostas: “o movimento sindical precisa estar unido e sem rivalidades, porque não estamos tratando sobre questões pontuais. Essa luta é pela vida. É nós, por nós! Fora, Bolsonaro! Vamos continuar na luta!”.
O Sindipetro-RJ se solidariza com a luta de todos os trabalhadores da área da Saúde e com todos os familiares de trabalharadores que foram vítimas do descaso dos governantes diante da COVID-19.