Cerca de 30 mil manifestantes tomaram as ruas de Buenos Aires, Argentina, na última sexta-feira (30/11), em protesto contra a reunião de cúpula do G20 que aconteceu no país.
Diante de um forte esquema de segurança no país, que contou com mais de 20 mil policiais e agentes de segurança do estado, os trabalhadores seguiram em marcha rumo ao Congresso argentino sem medo. Nas faixas e cartazes o repúdio às políticas de austeridade e retirada de direitos, contra os trabalhadores.
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Uma representação do Sindipetro-RJ se somou com a delegação brasileira da CSP-Conlutas e à Rede Sindical Internacional ao participar do protesto com uma caravana de ao menos 100 pessoas. O ato chegou a ocupar, ainda na parte da manhã, 10 quadras da Avenida 9 de Julho, uma das principais vias da capital argentina.
“Foi muito importante essa missão internacional do Sindipetro-RJ na participação contra o G20. A gente não pode esquecer que o Brasil é hoje centro dos ataques do imperialismo, e com todas as perspectivas do governo Bolsonaro que pretende aplicar a receita que o Macri aplicou na Argentina. Outro ponto importante a destacar é a campanha pela libertação do petroleiro Daniel Ruiz, preso pelo governo de Macri por lutar contra seus ajustes neoliberais”- resume Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro-RJ.
Aliás, o Sindicato distribuiu um boletim com uma versão em espanhol que contextualizou a luta internacionalista contra os ajustes propostos pelo G20 que já estão sendo colocados em pratica. Estiveram em marcha partidos e diversas organizações sociais de diferentes países da América do Sul, como Colômbia, Chile, Uruguai, Brasil e Argentina.
Menção ao governo de direita no Brasil
Uma das principais pautas em comum durante o ato foi o avanço da ultradireita nos países e os ataques aos direitos trabalhistas e de liberdade democrática.
Mesmo antes de assumir a presidência no Brasil, os manifestantes também cantaram palavras de ordem contra o presidente recém-eleito Jair Bolsonaro. A postura machista e homofóbica do futuro presidente e seu plano de aprofundar a reforma da Previdência foram pontos denunciados, por muitos argentinos, inclusive, ao longo da Marcha.
Uma cidade militarizada
Na sexta, a região central de Buenos Aires amanheceu sitiada, com forte esquema de bloqueios de vias e da frente do prédio do Congresso Nacional. O que o governo argentino de Mauricio Macri montou foi uma verdadeira operação de guerra, o que impediu que ônibus e metrôs do centro circulassem.
Contestação contra Macron na França
Enquanto ocorria o encontro do G20, a França foi sacudida pelo ápice dos protestos que ocorrem há três semanas contra a política de preços dos combustíveis e ajustes neoliberais impostos por seu presidente Emmanuel Macron.
Foram presas 682 pessoas em todo o país (412 só em Paris). Além disso, 263 ficaram feridas, cinco delas em estado grave. Somente neste final de semana, quase 200 mil pessoas foram às ruas por toda a França para protestar.
Da mesma forma que aconteceu em maio no Brasil, na greve dos caminhoneiros, a população pressiona Macron, contra aplicação de aumentos nos combustíveis que prevêm taxas de 6,5 centavos por litro de diesel e 2,9 centavos para a gasolina. Com isso, o governo espera desestimular o uso de combustíveis fósseis e equiparar a taxação da gasolina e do diesel.A possibilidade de aumento nos preços gerou revolta na população.
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