Com orgulho e desfaçatez direção da Petrobrás anuncia venda de terceira refinaria

Unidade de Industrialização de Xisto (SIX) no Paraná foi vendida para empresa denunciada por operar exploração irregular de minérios em terras indígenas no Pará

Na quinta-feira (12/11) a Petrobrás anunciou a venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no município de São Mateus do Sul, no Paraná. A SIX é a terceira dentre oito refinarias que estão na pechincha de venda que teve o contrato assinado. O valor anunciado é de R$ 178,8 milhões (US$ 33 milhões).

O comprador é a canadense Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources), subsidiária integral da Forbes & Manhattan Inc. (F&M). A empresa opera no Brasil a partir de uma parceria que teve com Eike Batista.

Orgulho e desfaçatez

“Seguimos firme em nossa trajetória de transformação. E mais um passo foi dado para a consolidação do reposicionamento no refino: a venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no município de São Mateus do Sul, no Paraná” – diz uma chamada em uma mídia social.

A SIX possui capacidade de processamento de 5.800 toneladas/dia de xisto, com foco na produção de óleo combustível, nafta, gás combustível, gás liquefeito, enxofre e água de xisto, além de deter direitos de exploração da mina de xisto.

Segundo a Petrobrás, os empregados que decidirem permanecer na companhia poderão optar por transferência para outras áreas da empresa. Outra possibilidade é a adesão ao Programa de Desligamento Voluntário, com pacote de benefícios.

Compradora atua em terras indígenas

A Forbes & Manhattan Resources Inc. , de propriedade do empresário canadense, Stan Barti é dona de uma empresa chamada Belo Sun que é alvo de ações civis públicas por continuar a pesquisar ouro em limites que ficam dentro de terras indígenas no Pará.

Segundo o Observatório de Mineração, conforme dados exclusivos, de um mapa, obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que a mineradora tem 11 processos de pesquisa abertos na Agência Nacional de Mineração (ANM) que incidem diretamente sobre as TI’s Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá. Mesmo com o licenciamento suspenso, os dados revelam que a Belo Sun continua a prospectar ouro e coleciona avanços burocráticos em 2019 e 2018.

A mineração em terras indígenas não é permitida no Brasil e não está regulamentada. O governo Bolsonaro, no entanto tem se empenhado em aprovar um projeto que libere a exploração. Empresas como a Vale e a Belo Sun se aproveitam dessa brecha e da permissividade da ANM para avançar com as pesquisas.

E é esse tipo de grupo privado estrangeiro que embarca no programa de privatização de Bolsonaro e Paulo Guedes, com o qual a direção de governo da Petrobrás e pulveriza o patrimônio do Brasil!

 

Imagem Petrobrás

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