Sobre as assembléias do RJ e os próximos passos

Quem informa à categoria é o sindicato. Não caia nas fakenews da alta cúpula da empresa.

O Sindipetro RJ nunca pretendeu nem pretende desrespeitar qualquer decisão soberana de assembleia. Não foi este o teor da resposta provisória peticionada ao TST pela FNP, muito menos o que se apressaram para anunciar veículos como O Globo, a Folha de São Paulo e a própria Comunicação Corporativa.

A Diretoria Colegiada do Sindipetro-RJ,  integrantes das Comissões de Base e seu Departamento Jurídico estão em reunião permanente desde sexta-feira com o intuito de:

. Aferir a votação, frente aos questionamentos recebidos, antes da proclamação de um resultado oficial final; os empregados da entidade realizam uma força-tarefa para digitar toda a lista de presença para identificar possíveis irregularidades e devem terminar hoje;

. Garantir que qualquer medida reflita um processo o mais legítimo, legal e democrático possível, dentro das duas resoluções das assembleias (greve e ACT) e não apenas uma, como quer a direção da empresa, e das condições dadas em relação a ambas;

. Certificar-nos dos prazos reais e próximos passos junto ao TST (que é quem coordena a mediação, independente das tentativas de atropelo e contra-informação empresarial);

. Consolidar a unidade nacional dos petroleiros, correta e amplamente reivindicada por toda a categoria e que, neste momento, aponta para a deflagração da greve nacional;

Estamos frente a uma situação inédita, fruto de um processo, por um lado, manipulado pela direção da empresa mas, por outro, mais democrático do que pretendiam.

Se foi alcançado algum grau de democracia, foi graças ao hercúleo esforço político, organizativo e financeiro da direção do Sindipetro-RJ, que propiciou um ambiente em que fosse possível aprofundar minimamente o debate com os colegas, que rompesse com a bolha da contra-informação imposta pelos gestores.

As assembleias do Cenpes, do Sul-América, de todas as bases operacionais e, inclusive, até certo momento, da Fundição Progresso, comprovam o sucesso desta iniciativa da direção de nosso sindicato.

Há que se considerar os limites dos mecanismos disponíveis para a participação democrática da categoria, bem como o PMPP (procedimento de mediação pré-processual) no TST. Mas também que a pequena diferença no resultado parcial já divulgado, dentro desta “democracia” retorcida demonstra que trabalhadores(as) legitimamente interessados na preservação de seus empregos, direitos e condições de trabalho, bem como na defesa da Petrobrás e de nossas reservas, como é o caso das plataformas da Cessão Onerosa, dos terminais e usinas, dos turnos e inclusive do administrativo dos prédios do RJ, bem como os aposentados, desejam mobilizar-se.

Dentro deste quadro, há alguns elementos a considerar:

. A liminar que garante direitos não contemplados pelo TST e dos quais estaríamos abrindo mão se assinado o acordo. Isso tem sido uma preocupação para parte da categoria;

. O número desconhecido de gestores “do mercado”, não concursados, indicações políticas, lotados no GAPRE, RH etc que votaram nestas assembleias;

. O número desconhecido de empregados que já assinaram Acordo Individual, ou seja, mesmo estando cobertos por outro acordo e vantagens pessoais, influenciaram a votação cujo resultado não os afetará como aos outros empregados;

. Milhares (não centenas ou dezenas) de empregados com cargos gerenciais são lotados nos prédios do RJ, e, além de serem operadores de um brutal assédio institucional e manipulação das informações, objetivando, mais uma vez, determinar numericamente o resultado com sua participação – inédita e oportunista – nas assembleias;

. O comunicado da empresa esconde o fato de que a “maioria” dos mais de 9400 participantes das assembleias se resumem a 165 votos de diferença, dentro de um universo de 3.000 gestores;

. Outros fatores têm motivado nossa mobilização cotidiana e foram incorporados à pauta reivindicatória em diversas assembleias: condições de segurança e saúde; reposição de efetivo mínimo; acordos regionais; defesa dos postos de trabalho frente às desmobilizações / demissões em curso, a venda de ativos, o desmonte da Petrobrás; a manipulação e instrumentalização do GD para motivar demissões; modificação oportunista dos padrões; punições, perseguições e demissões;

. As assembleias foram uma consulta sobre a proposta do TST dentro do processo de mediação nacional bilateral, ou seja, entre os trabalhadores (FNP e FUP) e a Petrobrás, sendo o resultado do somatório nacional amplamente favorável aos indicativos das federações;

. Em quase todo o território nacional a greve foi aprovada, inclusive no Rio de Janeiro;

Ao final das assembleias, tivemos dois cuidados importantes:

. Garantir total transparência ao processo, inclusive com apuração on line e até aturando abusos da empresa, como agentes de seu serviço de informação presentes no sindicato;

. Não fazer nenhum pronunciamento oficial até o momento, mesmo cientes da cobrança dos colegas nos locais de trabalho, exatamente para não transmitir informações desencontradas nem que abrissem flancos políticos ou jurídicos em nossa atuação.

Nesta terça-feira (22/10) continua a reunião do Sindipetro-RJ para análise de todos os elementos acima citados. A partir daí divulgaremos uma orientação mais definida.

De qualquer forma, é importante reforçar que A PROPOSTA FOI REJEITADA E A GREVE APROVADA EM QUASE TODO O PAÍS. A PERDA DE DIREITOS E EMPREGOS AFETARÁ A TODOS e o Sindipetro-RJ fará parte desta luta!

 

SINDIPETRO-RJ

Rio de Janeiro, 22/10/2019

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