Infelizmente, empresa segue o roteiro de decisões unilaterais e se nega ao diálogo social. O Sindipetro-RJ convoca reunião setorial sobre o tema, quinta (16), às 18h
Nesta segunda (13), em audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho, solicitada pelo Sindipetro-RJ, a Petrobrás manteve a decisão de retorno ao trabalho presencial a partir de 01 de outubro, ignorando a extensa lista de argumentos contrários apresentados pelos sindicalistas.
O RH também não aceitou, na audiência, pedido especial dos sindicalistas para que a empresa adiasse o retorno pelo menos enquanto durasse a mediação com o objetivo de chegar aos protocolos necessários à prevenção da COVID-19.
Sem respostas
Ao contestar, os sindicalistas questionaram sobre qual é a urgência do negócio para em plena pandemia expor parcela da categoria, que pode ficar em teletrabalho, ao adoecimento e morte pelo coronavírus, mas não houve resposta.
Não somente o Sindicato, mas a CIPA também não foi envolvida nas decisões de retorno, como foi observado pelo Sindicato na audiência de mediação. Inflexível, a empresa não se comprometeu sequer a franquear o espaço dos prédios para uma inspeção técnica do Sindicato.
Hierarquia é negacionista
Afirmando que as condições sanitárias do país melhoraram significativamente, proporcionando a possibilidade de um retorno seguro, a Petrobrás está negando a realidade e ignorando todas as orientações dos cientistas sobre os riscos que o rompimento do isolamento pode causar, facilitando o surgimento de novas cepas do coronavírus.
De forma descontrolada, circula nesse momento a variante Delta que é mais transmissível e chegou a dominar o Rio de Janeiro em agosto passado quando a cidade registrou 41.019 casos – o pico de casos de COVID-19 desde o início da pandemia.
Não há vacinas suficientes e hoje, por exemplo, a Prefeitura está privilegiando a imunização dos idosos com a terceira dose da vacina. Apesar do total de casos de óbitos estar em baixa, a ocupação dos leitos é alta e a comunidade médica divulga preocupações, porque, se as vacinas estão evitando novos óbitos, é notório que a COVID-19 traz riscos elevados à saúde deixando sequelas muito graves.
Com o argumento de que outras empresas (academias, cinemas e shoppings) estão reabrindo, a hierarquia na Petrobrás se compara a atividades que necessitam do relacionamento direto com o público para a sobrevivência negocial. Não é o caso da Petrobrás! A Petrobrás tem que avaliar as suas possibilidades e necessidades específicas e não se colocar em uma condição menor e pior das especificidades de outras empresas. Como publicamos aqui, com responsabilidade, empresas mundiais de grande porte já adiaram o retorno presencial de seus trabalhadores para janeiro de 2022 (https://sindipetro.org.br/teletrabalho-adiar-retorno-presencial/).
A mediadora concluiu na audiência que não há mais necessidade de prosseguir com a mediação, porque a Petrobrás não se propôs a dialogar sobre nenhuma das reivindicações dos sindicatos, e considerou a mediação frustrada. O Sindicato está avaliando as medidas judiciais possíveis para continuar a luta pela saúde dos trabalhadores.
Todos à reunião setorial sobre o tema, quinta (16), às 18h. Participe!