Terceirizados: sempre importou a cor do crachá

Apesar de sermos todos petroleiros, a corda, primeiro, arrebentou no lado dos terceirizados

Nestes últimos anos aconteceram mais de 200 mil demissões, calotes recorrentes, cortes de direitos e re­dução salarial para os terceirizados. Até o plano de saúde para a família tem sido atacado. E no que tange à saúde e segurança, notamos o descaso em inúme­ras situações, como a da trabalhadora da Nova Rio no CENPES, que morreu depois de enfrentar uma jorna­da inteira passando mal, impedida que foi de abando­nar seu posto de trabalho e a restrição de transporte às áreas de difícil acesso como ocorre no CENPES (in­clusive com os que não são terceirizados).

E seguem os cortes, em que os valores dos salá­rios reduzem, mas os lucros dos patrões das empresas terceirizadas e contratadas permanecem garantidos. Na Petrobrás, terceirizados, que sequer têm Petros, são ainda mais atacados com a reforma da Previdên­cia que, junto com a reforma Trabalhista impõe, so­bre essa parcela da categoria, mais que seus reflexos sobre os crachás verdes, uma situação de mais pre­carização. A terceirização, junto com as reformas, é uma política de superexploração e extração máxima de mais valia, que vem mantendo as taxas de lucro dos bancos e multinacionais através das políticas dos últimos governos, com maior ferocidade ainda neste momento de crise econômica.

A mesa de negociação do ACT reflete este cenário com clareza e as federações (FNP e FUP) brigam para barrar a política de desmonte de mais uma direção en­treguista e subserviente aos interesses do capital e das multinacionais estrangeiras, sempre desejando abo­canhar nossas riquezas e, de quebra, servirem-se da competência e dedicação de nossa força de trabalho.

Versão do impresso Especial Terceirizados

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