Em fevereiro último, a Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento disponibilizou os nomes das empresas que estão em avaliação do governo para serem privatizadas ou capitalizadas, em um total de 131 empresas.
Paulo Guedes e seus “Chicago Boys” querem obter US$ 20 bilhões ainda neste ano com a negociação de estatais. Segundo os dados divulgados pela secretaria, as duas áreas que devem ter o maior número de empresas impactadas são a energética com 39 empresas, seguida por óleo & gás, com 19, as quais são basicamente subsidiárias da holding Petrobrás, como Transpetro, Liquigás, TBG, dentre outras. Fica nítido mais uma vez o esforço do governo em desmantelar a integração da Petrobrás .
Ainda no governo Temer o Conselho de Administração da Transpetro aprovou em 13 de julho de 2018, o novo estatuto da subsidiária da estatal. O artigo 8º retirado do estatuto permite a privatização da Transpetro.
O know-how da Transpetro sendo entregue
A Transpetro possui 15 mil quilômetros de oleodutos e gasodutos, 47 terminais (20 terrestres e 27 aquaviários) e 55 navios-petroleiros – sendo a maior empresa de logística do Brasil no transporte de granéis líquidos de combustíveis.
A entrega desse know-how, com sistemas, tecnologias, treinamentos, etc., assim como foi a venda da NTS, representa um risco para um setor que tem uma importância estratégica para o país. Além disso, a ANP faz lobby para a privatização da Transpetro, ao invés de validar a concorrência, usando o falso argumento de aumento de concorrências e tendência de diminuição de preço do gás natural.
Ainda a situação da Transportadora Associada de Gás – TAG, que após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubar liminar contra a sua venda pela petroleira estatal, está na mira de fundos de investimentos, que não têm qualquer compromisso social, como o Itaúsa, apenas* de olho na rentabilidade da empresa.
O absurdo dessa entrega ganha mais um adendo quando se verifica que o sistema Petrobrás vende esses ativos e vê esse dinheiro diluir no pagamento de aluguéis como acontece com a NTS.
Portanto, companheiro, o momento é de união da categoria na defesa do patrimônio brasileiro e de nossos empregos e direitos. Não vamos aceitar o desmonte do sistema Petrobrás e a Transpetro é parte de uma Petrobrás que trabalha para atingir e manter a soberania energética do Brasil. Não às privatizações!
Versão do impresso Boletim CXV