Ato na ANP e Eletrobrás diz não à privatização do patrimônio público

Na manhã desta sexta-feira 27, petroleiros, trabalhadores do setor elétrico, representantes de movimentos sociais e estudantis protestaram, em frente à sede da ANP, Centro do Rio, contra a 2ª e 3ª rodadas dos leilões do Pré-sal. Definido durante plenária realizada no último dia 24/10, no Sindipetro-RJ, o ato unificado reafirmou o calendário de lutas contra a privatização de estatais e as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo Temer (PMDB).

Com faixas, cartazes e bandeiras, os trabalhadores se concentraram por cerca de duas horas em frente à ANP, cujas portas estavam cobertas por tapumes.

Revezando-se no carro de som, os trabalhadores seguiram depois até a sede da Eletrobrás (av. Pres. Vargas), onde se concentraram por cerca de 40 minutos, para dali irem em passeata pela Av. Rio Branco, até o Edifício-Sede da Petrobras.

Durante o ato, a liminar concedida pelo juiz Ricardo Sales, da 3ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas, suspendendo as rodadas dos leilões do pré-sal, foi comemorada, mas recebida com ceticismo, dada a possibilidade de ser cassada a qualquer momento.

“Se a privatização passar, trabalhadores serão extorquidos”, diz petroleiro

“Hoje é um dia de saque no Rio de Janeiro, com os governos tentando vender áreas do Pré-Sal, vender a Eletrobrás e a Cedae, além de sucatearem os serviços públicos. Essas mobilizações de hoje são uma preparação para 10 de novembro, quando vamos parar o Brasil. Se a privatização passar, os trabalhadores serão ainda mais extorquidos, pagando mais caro por energia e água”, afirmou Vinicius Camargo, diretor do Sindipetro – RJ e da FNP.

Dirigente da FUP, Rosângela Maria dos Santos também destacou a urgência de se construir a unidade dos trabalhadores. “Defender a Petrobras é defender o interesse da população brasileira e para isto é preciso unidade, é preciso consciência. Por isso foi tão importante a plenária realizada dia 24/10, no Sindipetro-RJ”, disse.

“Os leilões começaram no governo FHC, atravessaram os governos Lula e Dilma e agora Temer quer jogar pá-de-cal no nosso patrimônio. Por isso estamos aqui hoje e estaremos ainda mais presentes no dia 10 de novembro, quando vamos parar o Brasil com atos e mobilizações. Esse é o caminho”, destacou Eduardo Henrique, da direção do Sindipetro-RJ.

Ato na Eletrobrás e passeata ao Edise

Em frente à sede da Eletrobrás, os trabalhadores puseram dois barris vazios de petróleo na entrada da empresa, simbolizando a entrega do Pré-sal. Vice-presidente do Sintergia (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro), Emanuel Mendes criticou as privatizações. “Não aceitamos que o governo venha entregar o patrimônio público de todos os brasileiros. Temos que ter consciência de que a população é que vai pagar o pato. Nós eletricitários estamos aqui hoje definindo uma agenda de lutas contra tudo isso. Não vamos deixar que entreguem a Eletrobrás e a Petrobrás”, frisou, sob aplausos.

Os atos na ANP e Eletrobrás tiveram ainda a presença de representantes de Sindipetro Caxias, Sindipetro-RN, Sindipetro-AM, Sindipetro-NF, Sindipetro-RJ, Sindipetro Unificado-SP, CSP Conlutas, CUT, Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Levante Popular da Juventude, UNE, Movimento SOS Emprego e Frente Internacionalista dos Sem-Teto (Fist).

 

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