Por Rosa Maria Corrêa
A economia subordinada a multinacionais que vem sendo implementada por Paulo Guedes depende da venda de ativos de estatais e se alinha a projetos de lei como a recente aprovada Nova Lei do Gás (http://sindipetro.org.br/leidogas/). Nesta terça (06), ao divulgar reajuste de quase 40% no preço gás natural vendido às distribuidoras, com vigência a partir de 1º de maio, a Petrobrás dá mais um empurrãozinho neste planejamento de Guedes para entregar o setor à iniciativa privada.
Os mais afetados
Moradias e veículos – O aumento do gás natural vai atingir todos os moradores das cidades que possuem gás encanado e os consumidores que utilizam carros movidos à gás, que em grande maioria são os trabalhadores que optaram pelo gás para tentar fechar as contas no fim do mês.
Indústrias – Segundo a Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), as indústrias hoje consomem 43% de todo o gás natural fornecido no país. Mas, como sabemos, elas não ficarão no prejuízo e repassarão – como sempre fizeram – esse aumento para os consumidores de seus produtos finais.
Energia elétrica – A Abegás ainda informa que o gás natural é destinado em 38% para a geração de energia. Neste caso, com o aumento do custo da geração térmica, certamente as distribuidoras de energia irão repassar o aumento na conta do consumidor.
Tudo desemboca no PPI
Para justificar esse tarifaço promovido pela hierarquia da Petrobrás a serviço de Guedes, a Petrobrás disse que baseou-se em três fatores: a alta recente do petróleo, a taxa de câmbio e o reajuste da parcela do preço referente ao transporte do gás pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), índice de inflação que acumula alta de 31% em 12 meses até março. Ou seja, enquanto a estatal mantiver a política de Preço de Paridade de Importação, que atende ao mercado internacional cobiçado por Paulo Guedes, o Brasil vai seguir assolado por preços impossíveis de serem pagos pelos trabalhadores numa crescente inflação.