Braskem: governo militar sabia dos riscos e os demais, no mínimo, se omitiram

Petrobrás tem 36,1% do capital total da empresa

Maceió está sob risco de um colapso e decretou estado de emergência. Dois bairros – Mutange e Bebedouro – foram evacuados. Entre os dias 30/11 e 10/12, o solo sofreu afundamento de 2,35m e, no domingo (10), uma mina rompeu-se no trecho da lagoa próxima ao bairro de Mutange. A extração foi encerrada só em 2019 quando a Braskem entregou plano de fechamento das 35 minas à Agência Nacional de Mineração.

A tragédia anunciada em Maceió foi alardeada em meados dos anos 1970 por movimentos sociais em passeatas e até por bloco de Carnaval. A afirmação é feita pelo canal Intercept, que resgatou notícias publicadas pela imprensa local sobre protestos críticos à exploração de minas de sal-gema na capital alagoana.

A Ditadura reprimiu as manifestações, espionou reuniões sindicais e manteve os documentos contra a Salgema, que em 2002 tornou-se Braskem, sob sigilo.

Os governos e as oligarquias locais mantiveram seus acordos com a Braskem e a pressão contra tudo e todos que mantinham a denúncia do descalabro. Os Governos que se sucederam em nível federal, no mínimo, se omitiram a todo abuso e descaso.

Desde 2020, quando foi responsabilizada pelo afundamento do solo em Maceió, a Braskem já pagou pouco mais de R$ 9 bi em compensações financeiras e umas poucas 20 multas ao Instituto de Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

O povo prejudicado aguarda indenização no patamar dos danos e sofrimentos que lhes foram impostos.

Petrobrás aguarda venda majoritária

A Novonor (ex-Odebrecht) , que perpassou com sua máquina de corrupção, governos municipais, estaduais e federais, de todas as colorações e matizes ideológicas e partidárias, possui o controle da Braskem com 38,3%, mas precisa vender sua fatia para quitar dívidas; a Petrobrás possui 36,1%; e 25,6% está com outros acionistas.

No governo Bolsonaro, em plano estratégico de 2020, a Petrobrás anunciou uma série de privatizações, entre elas a Braskem. Agora, em entrevista ao programa Roda Viva, em 02/10 passado, na TV Cultura, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou que é esperada a conclusão da venda do controle da Braskem pela Novonor até fevereiro de 2024. E, que, somente depois, a Petrobrás resolverá, dependendo de quem for o novo sócio, se vai incrementar sua posição ou não na Braskem.

Será um novo ciclo de negócios em Petroquímica sem a má influência do grupo Odebrecht ou de novos parceiros, mas sem contratos de privilégio e saque contra a Petrobrás?

Veja a postagem da FNP em solidariedade ao povo alagoano. A Federação exige que o poder público tome todas as providências cabíveis para responsabilizar a Braskem pelo maior desastre ambiental urbano do Brasil: https://www.instagram.com/reel/C0gy1ezrOAq/?igshid=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D

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