Contrariando a versão propagada nas mídias em geral, historiadores especializados afirmam que o episódio em que mulheres foram queimadas dentro de uma fábrica em 1857 é controverso. O que há mais certeza é que o dia internacional da mulher surge em 1910, na Conferência Internacional Socialista em que Clara Zetkin, do Partido Social Democrata Alemão, propõe a data que ainda não era fixa em todos os países. O 8 de março se estabeleceu como uma marca na história definitivamente a partir da Revolução Russa em 1917, quando as mulheres operárias fizeram greve e chamaram em passeata os homens das outras fábricas a aderir. Esse foi o detonador de uma greve histórica que derrubou a ditadura czarista e abriu espaço para várias conquistas democráticas das mulheres e sociais como um todo. A data foi oficializada em 1975 com um decreto da ONU, mas ignorou o protagonismo das mulheres na luta por seus direitos, ressaltando apenas a noção de vítima com a triste história da fábrica queimada. Buscou-se conferir à data uma visão festiva e consumista, minimizando toda essa história de luta por direitos.

Toda mulher sabe como é ser desafiada sempre!

Direito ao voto, ao divórcio, ao controle do seu próprio corpo, ao trabalho, à equiparação salarial. Muitas foram nossas lutas e muito se avançou, mas ainda vivemos problemas brutais como altos índices de feminicídio, cultura do estupro e criminalização do aborto. A mulher ainda é vista como a principal responsável pelas atividades do lar, cuidado com os filhos e doentes. A família, os amigos e a sociedade cobram mais. Muitas vezes as mulheres ainda são pressionadas para abrir mão da carreira, são menos reconhecidas no trabalho, ocupam menos lugares de liderança, etc. Quando chega num setor novo ainda é vista como “pedaço de carne” e sofre assédios ou comentários permanentes e exaustivos sobre sua aparência, etc. Ela também aprende a lidar com as piadas, com suas falas sendo cortadas, com homens falando as suas mesmas ideias e recebendo os louros por elas. Ou seja, o desafio para as mulheres é cotidiano e quanto mais juntas estivermos mais nos fortalecemos para enfrentá-los.

(Versão do impresso Boletim Especial Mulheres)

Destaques

Campanha de Solidariedade

Está aberta uma conta digital (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-heroina-que-estancou-sangue-de-vimitima-em-sequestro) para ajudar Patrícia Rodrigues, mãe de três filhos, que perdeu quase tudo em recente enchente no Rio de Janeiro.

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