Crescem mobilizações e greves por reajuste salarial, direitos e empregos

Sem perspectivas de melhoria econômica com os desgovernos instalados no poder, vemos crescerem mobilizações de trabalhadores por reposição salarial e direitos que estão sendo desrespeitados. Vemos, por exemplo, serem vitoriosas as greves dos petroleiros terceirizados no TABG e nas Plataformas (PASBrasil); dos rodoviários em Petrópolis; dos servidores do INSS; e dos trabalhadores na Avibrás, São José dos Campos, contra demissões.

No Rio de Janeiro, os profissionais da rede municipal estão mobilizados em protestos e paralisações contra os desmandos do prefeito Eduardo Paes que tem negado a recomposição salarial, oprime os manifestantes com ameaças e não faz pronunciamento público sobre os problemas.

Manifestação unificada no Rio de Janeiro

Na quarta (06), houve protesto unificado em frente à sede da Prefeitura. “Estamos aqui hoje para garantir o atendimento público à população pobre negra! Nós não entramos pela janela, somos concursados!”, disse a professora Samantha Guedes.

Na Educação, os servidores, que estão sem reajuste salarial há três anos, fizeram paralização de 24 horas e estão retomando as atividades na quinta (07). Além do reajuste, os trabalhadores da Educação exigem o descongelamento dos triênios (gratificações adicionais de 1,5% sobre o salário base por tempo de serviço pagas após três anos de serviço – uma conquista da categoria de 2017 justificada diante dos baixíssimos pisos salariais do setor).

Na Saúde, mesmo com toda a avalanche de reconhecimentos sobre a importância da atividade da saúde pública, nada foi feito para que o Plano de Carreira, Cargos e Salário seja implementado. Todas as distorções pré-pandemia continuam e ainda mais agravadas pela redução do quadro de funcionários após a drástica perda de trabalhadores que contraíram a COVID-19.

Em greve desde o dia 28/03, os garis da Comlurb seguem firmes e exigem negociação, já! Eles tentam negociar reajuste de 15% no salário e no vale-alimentação, mudança no plano de saúde e implementação de Plano de Carreira, Cargos e Salário. O prefeito ofereceu apenas 6%. “O salário base do gari é de R$ 1.460. Oferecer R$ 0,30 de reajuste no vale-alimentação é nós tratar como escravos!”, denuncia o gari Célio Viana, da Associação Círculo Laranja. https://sindipetro.org.br/garis-do-rio-retomam-greve-e-exigem-negociacoes/

Após greve, rodoviários em Petrópolis alcançam vitória

Na quinta (07), os quase dois mil rodoviários em greve em Petrópolis, houve adesão de 100% da categoria, não se intimidaram com decisão de desembargadora, mantiveram a paralisação e aceitaram, em assembleia, a nova proposta apresentada pelas empresas após primeiro dia de greve. Na quarta (06), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decretou que a greve é ilegal e aplicou multa diária de R$ 400 mil caso a greve continue. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis convocou a classe a manter a greve e questionou a conduta do TRT da 1ª Região. Segundo o Sindicato, a postura da desembargadora Edith Tourinho “é gravíssima e atenta contra a dignidade do Poder Judiciário, causando prejuízo ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, pondo em risco a saúde e a segurança da população”.

Ficou decidido reajuste salarial de 9,5% a partir do mês de maio/2022; abono indenizatório de 9,5% referente ao mês de abril/2022; ; reajuste de 10% na cesta básica a partir do mês de abril/2022; fim do intervalo fracionado a partir do dia 1º de maio de 2022 com jornada continua de trabalho, sem apuração ou dedução de intervalo de placa, mantida a indenização de 30 minutos; supressão dos pisos diferenciados e da função do motorista júnior; e manutenção das demais cláusulas.

Os rodoviários de Petrópolis começaram a negociar com as empresas em janeiro, mas somente com a greve alcançaram conquistas, mas a proposta das empresas foi recusada pela categoria, porque, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis, estaria atrelada a novo aumento da passagem de ônibus. “Esta luta só foi possível, porque os trabalhadores rodoviários aderiram de verdade à greve. Não haverá desconto nos salários das horas não trabalhadas durante a paralisação, nem serão aplicadas punição, advertência, suspensão ou justa causa aos empregados que participaram da greve”, divulgou o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis.

Cresce a greve na CSN

De forma autônoma, engrossando a greve dos trabalhadores da CSN Mineração, em Congonhas (MG), os trabalhadores da empresa em Volta Redonda no Rio de Janeiro fizeram assembleia na quinta (07) e prepararam pauta de reivindicações que foi levada em passeata no final da tarde até a sede do Sindicato. Durante todo o percurso a palavra de ordem foi “não vai ter votação”. É que o Sindicato marcou para esta sexta (08) a votação (voto secreto!) da proposta de acordo coletivo apresentada pela empresa.

Petroleiros e caminhoneiros estão apoiando a luta dos metalúrgicos, entendendo a importância da unificação das lutas dos trabalhadores. O Sindipetro-RJ está acompanhando essa mobilização bem de perto. A empresa ignora as necessidades dos trabalhadores, que estão sem reajuste salarial há três anos. Eles reivindicam reajuste de 30%, aumento da PLR, aumento do vale-alimentação para R$ 800, bônus extra no Natal, equiparação salarial, implementação de plano de cargos e salários, estabilidade no emprego e pagamento dos dias parados.

Segundo o Sindicato Metabase de Congonhas, não há motivos para a empresa não atender às demandas, porque durante a pandemia, a CSN cresceu seu patrimônio em 217% e o lucro de todas as unidades no país bateu a marca de R$ 13,6 bi só no ano passado!

Petroleiros terceirizados em luta permanente

Recentemente, terceirizados de várias empresas que prestam serviços em unidades da Petrobrás, com apoio do Sindipetro-RJ e de trabalhadores próprios, entraram em greve.

No TABG, eles conquistaram reajuste salarial e direitos. https://sindipetro.org.br/greve-no-tabg-e-vitoriosa/

Nas plataformas, a paralisação dos trabalhadores da PASBrasil conseguiu envolver a Petrobrás nas negociações, levando ao rompimento do contrato entre a empresa e a estatal. https://sindipetro.org.br/terceirizados-pasbrasil-luta-direitos/

Foto em destaque: No GASLUB, os trabalhadores das empresas de obras permanecem em greve para exigir o pagamento do adicional de insalubridade. https://sindipetro.org.br/terceirizados-greve-gaslub/

O Sindipetro RJ chama atenção dos petroleiros para as negociações do ACT, pois somente com a luta pelos direitos dos trabalhadores e contra as privatizações será possível garantir empregos e condições para enfrentar a situação econômica imposta pelos desgovernos.

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