Sucateado, GASLUB sofre com muitos problemas e abandono do poder público

O GASLUB foi um dos temas abordados em live de Bolsonaro e foi criada expectativa dele visitar a unidade na segunda (31). O recado do Sindipetro-RJ é bem claro: Fora, Bolsonaro!

Este ano, o GASLUB vai completar 12 anos de obras inacabadas. Alvo das investigações sobre corrupção, o complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) passou a ser chamado de GASLUB em 2020. Castello Branco, quando presidente da Petrobrás, tentou transformar parte das instalações em fábrica de lubrificantes e gostava de alardear que o maior projeto da estatal era um “cemitério da corrupção”. Mas, seu único feito foi trocar o nome de
Comperj para GASLUB Itaboraí, deixando para trás o investimento em uma refinaria com suas indústrias de segunda e terceira geração para apenas uma planta de processamento de gás natural, UPGN, e unidades de utilidades com possibilidade de implantação de unidades de lubrificantes, ainda apenas no “papel”.

Outro ponto importante a considerar é que a gestão da Petrobrás decidiu por contratar empresa para manutenção e operação das unidades de utilidades, reduzindo a possibilidade de empregos qualificados com a abertura de concurso para preenchimento de vagas para diversas áreas, assim como é em qualquer outra unidade Petrobras. A terceirização significa a precarização de direitos trabalhistas e redução do compromisso com os trabalhadores e com o próprio ativo.

Dinheiro no ralo

Em fevereiro de 2010, o Comperj teve sua aprovação ao custo total de US$ 26,9 bilhões. Depois, quando a área estratégica corporativa da Petrobrás reuniu informações e documentos foram indicados custos totais a US$ 47,7 bilhões se as obras fossem levadas conforme projetadas. Mas isso não aconteceu.

O início das operações foi em 2012 prevendo causar grandes impactos econômicos em Itaboraí, que se espalhariam pela região, com a implantação da maior refinaria do país (Trem 1 – 1ª etapa), rodeada por diversas unidades petroquímicas de primeira geração (2ª etapa) e unidades petroquímicas de segunda geração e Trem 2 da refinaria (3ª etapa). Mas, o principal condutor deste projeto, Paulo Roberto Costa, foi preso em 2013 quando estava sendo
implantada a primeira etapa da obras que foram paralisadas em 2015 faltando – segundo auditoria feita pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo – apenas 16,62% para a conclusão do Trem 1 da refinaria.
Em 2016, o privatista Temer abriu diálogo com a chinesa CNPC para retomar as obras, mas Bolsonaro interrompeu as tratativas alegando inviabilidade econômica em 2019.

A Petrobrás teria condições financeiras para término da refinaria se sua gestão priorizasse seu papel estatal no desenvolvimento econômico na região ao invés de priorizar apenas a exploração de petróleo do Pré-Sal e para isso a necessidade da UPGN para escoar e tratar o gás provindo dessa atividade.

Fato é o seguinte: uma mega refinaria quase concluída foi largada para favorecer as grandes empresas internacionais e seus lucros. Só não ganham com isso a população brasileira e o Estado brasileiro. Para os neoliberais de plantão é mais vantajoso pagarmos valores astronômicos de importação e agraciar seus apoiadores políticos.

COVID-19

Como a hierarquia bolsonarista na Petrobrás tem agido sem tomar as medidas preventivas à COVID-19 desde o início da chegada do coronavírus entre os brasileiros, os trabalhadores no GASLUB também não foram poupados, havendo inclusive registros de óbitos. Somente depois da solicitação de redução de fluxo de trabalhadores
feita pela prefeitura de Itaboraí, a Petrobrás fez o afastamento temporário, mantendo ainda 30% do contingente, medida que durou apenas 1 mês.

Terceirizados em luta constante

Os terceirizados têm sido os mais prejudicados durante a pandemia. Muitos que poderiam ter ficado em teletrabalho foram obrigados a cumprir trabalho presencial permanente.

Mal virou o ano e a primeira notícia que publicamos em 2022 foi a de que os terceirizados estavam realizando protesto no GASLUB, porque não tinham recebido salários, nem 13º! A Pennoil não cumpriu seus deveres, prejudicando os trabalhadores e seus familiares numa rotina que atinge a maioria dos terceirizados na Petrobrás.
https://sindipetro.org.br/pennoil-gaslub/

Invasões de criminosos

A situação de violência e abandono em Itaboraí hoje está diretamente relacionada com a não conclusão das obras no
complexo, que também sofre com furtos de todo tipo. O SindipetroRJ questiona o uso de câmeras de vigilância interna monitorando os trabalhadores no CIC, enquanto a segurança é falha, apresentando baixa iluminação noturna e falta de câmeras externas dificultando o trabalho da segurança patrimonial e facilitando invasões quase que
diárias do site. https://sindipetro.org.br/gaslub-inseguranca-eperigo/

Plano Diretor

Uma das reivindicações dos trabalhadores é acompanhar as mudanças no projeto do plano diretor do GASLUB que prevê adequações para diferentes necessidades como SMS e ADM. O Sindicato foi informado de que a área onde ca hoje a brigada, por exemplo vai ser adaptada para alojamento.
https://sindipetro.org.br/demandas-gaslub/

BOLSONARO, ENFRENTE OS INTERESSES INTERNACIONAIS!
Não venda as Refinarias! Retome as obras do COMPERJ, já! Fora, Bolsonaro!

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