Hibernação das FAFENs causa aumento de importação de produtos químicos

Setor químico sofre os efeitos da política de desmonte da Petrobrás no Nordeste

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) estima que a participação dos produtos químicos de uso industrial importados na demanda brasileira chegará a 60%, caso a abertura comercial proposta pelo governo brasileiro seja implementada sem que as condições de competitividade das fabricantes locais sejam asseguradas. Atualmente essa fatia já está em 41%, a mais alta na história.

Desmonte no Nordeste aprofunda ociosidade

De acordo com a Abiquim, somente com a hibernação das duas fábricas de fertilizantes da Petrobrás no Nordeste e a suspensão de parte das operações da Braskem em Alagoas, por causa dos problemas relacionados à mineração de sal-gema , a taxa de ociosidade do setor aumentou em 10%. Cálculos da entidade indicam que, se a abertura comercial for unilateral, os importados ganharão espaço no mercado doméstico e a capacidade ociosa nas fábricas brasileiras vai aumentar até o ponto em que não seja mais viável mantê-las em operação.

Neste momento, a ociosidade está em 30%, o que é considerado limite para um setor que opera em regime de processo contínuo. As FAFENs de Sergipe e Bahia empregavam diretamente 1500 trabalhadores e indiretamente cerca de 5000 empregos na cadeia produtiva dessa indústria.

Sergipe e Bahia eram responsáveis por 30% da produção de fertilizantes do Brasil, que importa 70% de sua produção. O desmonte deste setor no Nordeste é um dos motivos da construção da Greve Nacional Petroleira, pois são milhares de famílias, regiões e cidades que estão sofrendo um grande impacto econômico com a hibernação dessas fábricas.

 

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