Incêndio em Manguinhos mostra sucateamento da refinaria

Um incêndio de grandes proporções atingiu parte da Refinaria de Manguinhos (Refit), na Zona Norte do Rio na tarde desta segunda-feira (17). Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, o fogo começou por volta de 14h, sendo controlado duas horas depois.

A Refit informou que o incêndio teve início em um dos caminhões que faziam a descarga de combustíveis na área que fica no interior da unidade. Segundo a empresa, ninguém ficou ferido.

Sindipetro-RJ cobra explicações

O Sindipetro-RJ cobrará por ofício mais informações e a constituição de uma comissão de investigação de acidentes, com a presença de representantes eleitos da CIPA, e a participação do Sindicato no processo, e se o plano de emergência foi colocado em pratica conforme padrões das Normas Técnicas da ABNT. A cobrança também será feita em reunião que já estava agendada para esta quinta (20), com representação da Refit, sobre SMS.

Incêndio causou preocupação em terceirizados da Petrobrás

Ainda na durante a ocorrência do incêndio da Refinaria de Manguinhos, o Sindipetro-RJ, solidário aos trabalhadores terceirizados da Petrobrás enviou ofício à empresa pedindo apoio na comunicação e liberação de seus trabalhadores da base da pirâmide, como o pessoal de limpeza. Muitos desses trabalhadores das unidades da companhia possuem parentes ou moram nas favelas da região de Manguinhos, que cercam a refinaria, demonstrando muita preocupação por conta da proximidade das residências que ficaram expostas a densa fumaça.

Em resposta, o gerente destinatário da Petrobrás disse que ficará atento para que os trabalhadores não sejam prejudicados.

Relações perigosas

A Refinaria de Manguinhos foi criada em 1954 e rebatizada em 2017 com o nome Refit já no processo de recuperação judicial, sendo agora de propriedade de Ricardo Magro, empresário ligado a Eduardo Cunha. Magro foi preso na Operação Recomeço, que apurou desvios de recursos dos fundos Petros e Postalis na compra de universidades do Rio pelo Grupo Galileo.

Em 2007, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) criou uma CPI que apurou um esquema de sonegação que, entre 2002 e 2006, teria produzido um rombo de pelo menos R$850 mi na arrecadação (Golpe da Liminar). Durante o ano de 2009, a refinaria passou a ser comandada por Marcelo Sereno, operador de José Dirceu na Casa Civil e um dos articuladores do mensalão.

No ano de 2016, em delação, Nestor Cerveró disse que, há tempos, políticos do MDB tentaram vender a refinaria para a Petrobrás a preços exorbitantes.

Em 2017, apesar de alardear aumento na produção, fotos mostravam instalações em deterioração, com tanques de armazenamento enferrujados e caminhões-tanque sucateados.

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