Investimentos “furados” da Petros: o caso Galileu/Gama Filho

Dentre um dos 70 investimentos considerados lesivos ao fundo de Pensão Petros, conforme relatório da Ernest Young está à compra de debêntures de R$ 22 mi da Galileu Gestora de Recursos SPE S/A, realizada em dezembro de 2010. Segundo o Ministério Público Federal, em dezembro de 2010, o Grupo Galileo emitiu debêntures no valor de R$ 100 milhões para captar recursos a fim de recuperar a recém-adquirida Universidade Gama Filho, ou seja, a Petros injetou o equivalente a 22% do negócio.

A operação causou perdas aos segurados no valor de R$ 90 milhões e também foi apurada pela CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos Deputados, cujo relatório final, aprovado em abril de 2016, concluiu pela irregularidade da compra dos títulos mobiliários e apontou indícios de graves ilícitos penais. Além da Petros, outro fundo de pensão prejudicado na operação da Galileo foi o Postalis, dos Correios. Em 2016, a Justiça Federal no Rio decretou o bloqueio de R$ 1,35 bilhão de 46 investigados – pessoas físicas e jurídicas – por suposto desvio de recursos na compra de debêntures do Grupo Galileo. Naquele mesmo ano foi deflagrada, em conjunto com a Polícia Federal, a Operação Recomeço.

“As investigações encontraram fortes indícios de que o dinheiro captado foi ilegalmente desviado para outros fins, em especial para contas bancárias dos investigados, de terceiros e de pessoas jurídicas relacionadas aos investigados, o que levou à quebra definitiva da Gama Filho e da UniverCidade, também mantida pelo Grupo, e ao descredenciamento delas pelo Ministério da Educação em 2014, com danos a milhares de estudantes”, diz o texto divulgado no site da Procuradoria.

Versão do impresso Boletim LXXVII

 

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