Acordo das plataformas: Sindipetro-RJ e FNP cobram compromissos do RH

Em 2018, o RH da Petrobrás assumiu um compro­misso em mesa de negociação com a FNP de apresentar uma proposta de acordo nacional referente aos trabalha­dores embarcados, que estendesse os direitos conquista­dos pelo pessoal do NF. Esse acordo envolve dois temas principais: auxílio deslocamento (apelidado de “vale je­gue”) e o dia do desembarque. O RH havia se comprome­tido a apresentar proposta até dezembro/2018. Depois pediu prorrogação do prazo para janeiro/2019. Também não foi cumprido.

Em mesa de negociação ocorrida na semana após o carnaval, os sindicatos da FNP exigiram o cumprimento dos compromissos assumidos pelo RH (atual GP). O re­presentante do RH assumiu que estavam em falta, mas não firmou compromisso algum. Apenas sugeriu que fosse realizada uma reunião da FNP e seus sindicatos com o RH para informar em que pé as coisas estão e dis­cutir o tema.

Contestamos a resposta vaga e reafirmamos a enor­me insatisfação na base. Dissemos que vamos participar dessa reunião, mas que caso ela não traga avanços con­cretos, o próximo passo será discutir a mobilização com os trabalhadores.

Questionamos também a mudança dos embar­ques de Jacarepaguá para Cabo Frio, o que gera ain­da mais transtornos aos trabalhadores embarcados, que realizarão mais esse deslocamento.

O descaso no transporte dos trabalhadores de plataformas

A maioria dos trabalhado­res das plataformas na base do Sindipetro-RJ são moradores de outros estados. O problema de não receber auxí­lio deslocamento é relevante. Mas a questão não se esgota aí. Quan­do chegam ao Rio de Janeiro para embarcar, têm que se deslocar até o Aeroporto de Jacarepaguá ou ao de Cabo Frio. No desembarque é o mesmo drama. Não recebem aju­da de custo para fazer esse deslo­camento. Pelo que levantamos, em alguns horários é disponibilizado transporte desde o EDIHB para Cabo Frio.

Outra questão é que os traba­lhadores estão desde cedo à dis­posição da empresa mas não rece­bem nada por isso. Por exemplo, na quarta-feira, 20/03, estava pla­nejado embarque dos trabalhado­res da P-76 para às 11h30 no aero­porto de Cabo Frio. Eles pegaram ônibus no EDIHB às 6h. O voo foi postergado para às 14h35. Os tra­balhadores ficaram sem nenhum tipo de informação ou auxílio para almoço etc.

Neste dia eles pegam o turno após o desembarque na platafor­ma e trabalham até às 00h30 da madrugada. Os trabalhadores que eles substituíram e que conse­quentemente tiveram atraso em seu desembarque, também tive­ram dificuldades. Alguns tiveram que voltar de Cabo Frio para o Rio de aplicativo para não perder o horário de voo de volta para seus estados. Um tremendo transtorno.

Situação tão incômoda tam­bém passou o pessoal da P-75 nes­te mesmo dia. Tinham previsão de desembarcar no Aeroporto de Ja­carepaguá. Seu voo os deixou em Cabo Frio.

Chegaram e não tiveram qual­quer espécie de orientação. A única informação que receberam é que a empresa reembolsaria o valor de uma passagem de ônibus Rio-Cabo Frio. E como chegar na Rodoviária de Cabo Frio? Nenhu­ma orientação. E quanto aos tra­balhadores que tinham passagem comprada e tiveram que voltar às pressas, por aplicativo? E as horas a mais para voltar para casa?

É uma situação insustentável e demanda respostas urgentes da UO-Rio e do RH. A empresa tem que disponibilizar transporte re­gular e em horários compatíveis com os embarques e desembar­ques entre os aeroportos e a base.

Quando houver mudanças, tem que auxiliar os trabalhadores com apoio para hotel, transporte e alimentação. E tem que pagar pe­las horas à disposição da empresa.

 

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