Texto de autoria do Sindipetro-RJ

A capital nacional do petróleo, que já abrigou nove instalações com prédios administrativos da Petrobrás, hoje conta apenas com as bases de Imboassica, Imbetiba e EDINC, sendo que este último prédio será entregue até o final de 2020. O arrendamento do grande estacionamento do Forte no canto da praia de Imbetiba acabou e os Parques de Tubos estão sendo esvaziados, com seus materiais e equipamentos alienados.

Todos os clusters que saíam do Porto de Imbetiba para abastecer as plataformas da UN-BC foram transferidos para o Porto do Açu, em São João da Barra; em Imbetiba ficaram só a movimentação de cargas especiais e de amarras.

Das 34 plataformas originais da UN-BC, 14 foram postas à venda e 19 estão sendo descomissionadas.

UN-BC ficará com apenas 8 plataformas próprias (vindas da UN-RIO) e mais algumas plataformas afretadas da revitalização de Marlim e Tartaruga Verde (última descoberta na região), campo que a Petrobras vendeu (50%), recentemente, para a Petronas.

Em Marlim, o maior campo da UN-BC, serão descomissionadas 9 plataformas para a entrada de duas afretadas em 2022 e 2023, mas o notíciário costuma enfatizar apenas a entrada destas plataformas novas.

Só a UN-BC possui um quadro de 4.500 funcionários próprios, que deverá cair para menos da metade, juntamente com os funcionários terceirizados que já foram reduzidos e tiveram seus salários rebaixados.

Entre 2014 e 2015 os contratos de sondas que faziam manutenção dos poços dos campos maduros da UN-BC foram drasticamente reduzidos de 90 para 16 sondas – gerando a primeira crise com 40 mil desempregados na região.

Sabe-se que embaixo dos campos maduros há outros campos do Pré-Sal, como Brava (concessão de Marlim, onde a P-20 já fez um teste de longa duração), Forno (megacampo abaixo de Albacora), Carimbé (concessão de Carantinga) e Tracajá (concessão de Marlim Leste). Estima-se que ainda haja 40 bilhões de barris de óleo in place na bacia de Campos, podendo-se chegar a 17 bilhões de barris de óleo recuperáveis.

A Petrobrás já tentou uma “parceria” com os chineses em todo o cluster de Marlim (Marlim, Marlim Sul, Marlim Leste e Voador) juntamente o COMPERJ, mas o negócio não avançou. Em 2017 foi assinado também um Acordo Preliminar com a Equinor ( Heads of Agreement ou “HoA”) para ampliar as reservas dos campos maduros em águas profundas da bacia de Campos.

Os trabalhadores e a população de Macaé ficarão com as promessas de empregos e reativação do setor, aqueles que conseguirem emprego estarão à mercê das empresas multinacionais, com baixos salários, exploração e instabilidade no emprego.

Esta é a “mão invísivel” das petrolíferas que constroem facilidades através de políticos e entidades oportunistas  para ingressarem no país – isenções de impostos de importação (Repetro), redução de conteúdo local (menos empregos aqui), redução de royalties de 10 para 5% para campos maduros e entrega de estrutura existente a preços baixos.

É a Petrobrás como empresa estatal que gera desenvolvimento e empregos na região devido aos seus processos de compra e contratação, além do seu compromisso social e ambiental onde está instalada.

Enquanto isso a direção do Sindipetro-NF da FUP, já prevendo esse cenário de desmonte e privatizações, começou a se preparar para abraçar os trabalhadores de toda iniciativa privada. Ao invés de denunciar e criar o enfrentamento necessário, em agosto de 2019 realizaram em Macaé um seminário nacional para os Petroleiros terceirizados e do setor privado com o tema “RECONSTRUIR NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM TEMPOS DE CRISE”.

Com tantos ataques, torna-se cada vez mais difícil proteger o que é nosso.

REAGE PETROLEIR@!

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