O Terminal de Angra dos Reis (TEBIG), cravado na paradisíaca baía da Ilha Grande, nunca esteve em situação tão alarmante no que tange à segurança operacional. Quem vê de fora não pode imaginar que, com seus 15 tanques de petróleo e derivados, enorme capacidade de movimentação em seus dois píeres e sucessivos recordes de atracação de navios, possa estar operando com contingente de trabalhadores tão baixo e de forma tão temerária.

É comum ouvir dos trabalhadores que a gestão está “pagando pra ver”, pois, da forma como as coisas estão sendo conduzidas, algo muito sério pode acontecer e o baixíssimo efetivo nem de longe será o suficiente para conter um vazamento ou incêndio de forma eficaz. Devemos lembrar que esse mesmo efetivo operacional extremamente reduzido acumula ainda o papel de brigada de incêndio, atuando dessa forma quando um sinistro acontece.

Apesar disso, há cerca de um mês, no afã de reduzir custos com transporte, a gerência do terminal permitiu que dois operadores experientes fossem transferidos para outra unidade, agravando a situação local, e ainda planeja abrir mão de outros, alguns até para outros municípios, apesar de estarmos em plena pandemia. Tudo isso soa contraditório com a realidade local, onde tem sido comum operadores assumirem funções em áreas de grande movimentação sem o treinamento e supervisão adequados, justamente pela ausência de técnicos experientes disponíveis para passar conhecimento e ajudar na formação dos mais novos.

Por todo o exposto, pedimos ajuda e o envolvimento dos órgãos de fiscalização, movimentos sociais e demais associações da região da baía da Ilha Grande. Precisamos barrar essa gestão privatista da Transpetro e afastar, de uma vez por todas, o fantasma do desastre ambiental que inevitavelmente nos remete ao já ocorrido na baía de Guanabara em 2000.

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