Desqualificado ao cargo e ilegalmente ocupando a presidência da Petrobrás, Caio Mário Paes de Andrade é “discreto” o suficiente para fazer um vídeo, a uma semana das eleições, lendo mensagem que exalta gestão bolsonarista que está destruindo a empresa e massacrando os trabalhadores e aposentados
Em pronunciamento gravado em vídeo para circulação interna, dirigido especificamente aos trabalhadores, Paes de Andrade não surpreende com a cara de pau de distorcer fatos, usar mentiras e congratular os petroleiros pelo péssimo ACT.
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Como o Sindipetro-RJ já publicou antes, a nomeação de Paes de Andrade envolveu conflito de interesses e ele nem deveria estar sentado na presidência da estatal, mas seu nome foi aprovado por um Conselho Administrativo que também é dominado por bolsonaristas.
A principal mentira nesse vídeo é a de que “estamos todos do mesmo lado”. Os lados são muito bem dispostos e ninguém no planeta discorda de que essa hierarquia da Petrobrás hoje não está do lado dos trabalhadores.
Ironia sobre ACT
É mentira que houve capacidade de entendimento e racionalidade durante o período da campanha reivindicatória no Acordo Coletivo de Trabalho. Ao contrário, o RH cumpriu direitinho o papel imposto pela direção de enrolar a FNP em reuniões teatrais, desrespeitando os trabalhadores, para depois cobrar prazo e pressionar com a assinatura de Acordo Individual, apresentando propostas inaceitáveis de retirada de direitos e achatamento salarial, levando inclusive à revolta, por exemplo, dos controladores do CNCL que entraram em greve.
É irracional, por exemplo, a postura do atual chefe do RH, Fabrício Gomes, que em reunião com a FNP afrontou os trabalhadores recusando-se a se levantar da cadeira para fazer um minuto de silêncio pedido em homenagem a um petroleiro que morreu de COVID-19 após desembarque.
Esse é um “belo exemplo de negociar” somente para a turma bolsonarista!
Privatização para os ricos
“Um dia eu também sonhei em trabalhar na Petrobrás” é uma daquelas frases encomendadas em campanhas publicitárias que querem fazer com que o povo sinta o quão grandiosa é uma empresa. E é justamente isso que Paes de Andrade está ajudando a destruir. Logo depois ele fala sobre “respeitar o investidor minoritário, pagando dividendos volumosos sempre que possível”. É esse o objetivo dos privatistas com o desmantelamento do Sistema Petrobrás em desinvestimentos que geram dividendos periódicos aos acionistas.
E não interessa o custo desse projeto privatista para a sociedade. Como Paes de Andrade afirma, a Petrobrás é o “pilar do mercado de capitais” e vai continuar “contribuindo empresarialmente para o crescimento do Brasil”.
A Refinaria Landulpho Alves (RLAM), que deixou o pai de Paes de Andrade orgulhoso, foi vendida por uma pechincha em 2021 e pratica hoje preços mais caros que os da Petrobrás, quando antes era a que oferecia o menor preço entre todas as outras da estatal.
É evidente que Paes de Andrade vangloria-se, como Paulo Guedes, de arrochar os brasileiros com a adoção do PPI: “vamos continuar usando as práticas vitoriosas do mercado internacional”.
Corrupção e “endividamento colossal”
Paes de Andrade repetiu as mesmas mentiras de Bolsonaro sobre corrupção e endividamento da Petrobrás. Em pesquisa do Observatório Social do Petróleo (OSP) para a FNP prova-se que nos piores momentos de endividamento da Petrobrás sua situação era equiparável à da Equinor e à da BP. E a descoberta do Pré-Sal é que foi o principal motivo do endividamento momentâneo para alavancar investimentos que tornariam o Brasil autossuficiente na produção e refino de petróleo. Saiba mais: https://observatoriopetroleo.com/2022/08/08/e-fake-que-a-petrobras-devido-a-corrupcao-era-a-petrolifera-mais-endividada-do-mundo-2/
“Contem comigo”
Paes de Andrade falou sobre a “cultura da impunidade”, quando a própria nomeação dele, acobertada por dossiê sigiloso do Comitê de Pessoas da empresa, não deveria nem ter acontecido e foi usada por Bolsonaro apenas para estreitar relacionamento político-eleitoral com o bloco do Centrão no Congresso Nacional.
É notório que a nomeação de Caio Paes de Andrade envolveu conflito de interesses e descumprimento do decreto que regulamenta a Lei das Estatais. Corre, inclusive, no Judiciário ação popular pedindo o seu afastamento do cargo.
Além de não cumprir as exigências legais ao cargo, ele é sócio da ex-mulher que faz transações milionárias em empresa que opera a plataforma Progredir da Petrobrás.
Veja as publicações detalhadas do Sindipetro-RJ sobre o assunto:
https://sindipetro.org.br/paes-andrade-na-berlinda/
https://sindipetro.org.br/ca-atropela-leis-caio-presidencia/
https://sindipetro.org.br/acao-popular-afastamento-paes/
Quanto à promessa de Paes de Andrade de que vai “lutar todos os dias para que cada um possa alcançar o seu máximo potencial” na Petrobrás, é certo que vai mesmo haver luta e o Sindipetro-RJ vai estar à frente defendendo todos os direitos dos petroleiros contra a exploração e a opressão. Bolsonaristas não passarão!
Fora, Bolsonaro, Guedes, Sachsida e Paes de Andrade!