Petrobrás retoma processo de entrega da FAFEN-SE e FAFEN-BA

A empresa informou que na última quinta-feira (10) retomou o procedimento de pré-qualificação que visa habilitar as empresas que manifestarem interesse em participar em licitações futuras destinadas ao arrendamento das fábricas, incluindo os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu (BA).

Sendo o Brasil um mercado altamente demandante de fertilizantes e ARLA 32 (redutor de poluentes automotivos da frota diesel), abandonar esta área de negócios mostra apenas a falta de visão estratégica da entreguista direção da Petrobrás.

Os grandes gargalos das FAFENs, responsáveis por seus alegados prejuízos (que podem ser diluídos no balanço do Refino e Gás Natural) traduzem-se no custo da matéria- prima (gás natural) e da falta de isonomia na concorrência com o produto importado, que experimenta isenção de impostos O fato é que a direção da Petrobrás poderia trabalhar para reduzir o custo de aquisição do gás, bem como atuar junto ao governo para a criação de uma política para o setor e linhas de financiamento para a aquisição do produto nacional nos mesmos padrões de prazo e juros concedidos internacionalmente, porém, prefere sair de um negócio promissor e favorecer as multinacionais estrangeiras, como de costume (mais detalhes em https://bit.ly/2FsBljR)

Provavelmente, após contratados os arrendamentos ou entregues as fábricas ao capital internacional, o governo se preocupará em reverter as dificuldades existentes enquanto a PETROBRÁS atuava no setor. Até a associação patronal da indústria química nacional questiona uma política que pode levar o setor à hibernação, à entrega do mercado e à subserviência total do país a fornecedores internacionais:

“De que adianta termos a agricultura mais competitiva do mundo se não conseguimos construir uma cadeia de fornecedores locais e que agregue valor ao País?” – Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) (https://bit.ly/2Fl6aI9)

Assim, a saída da Petrobrás do setor de fertilizantes, na perspectiva de uma crescente disponibilidade de gás natural e a consequente redução de seu preço, já daria aos novos proprietários uma vantagem no futuro, talvez, no curto, médio prazo. Ainda, considerando os benefícios da integração da cadeia produtiva, a Petrobrás perderá a oportunidade de agregar valor ao seu produto no país. O que, no momento, significa “prejuízo” contábil na área de fertilizantes, reverte-se como lucro contábil na área de gás ( https://bit.ly/2D34ocr)

Diante disso, é fundamental que a categoria petroleira continue sua mobilização contra mais essa tentativa de desmonte e eliminação do papel da Petrobrás como empresa indutora de desenvolvimento nacional.

Versão do impresso do Boletim 104

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