A categoria petroleira rejeitou, quase por unanimidade em todo o país, a proposta de acordo coletivo apresentada pela Petrobrás, com retirada de direitos e congelamento de benefícios. Enquanto pressiona petroleiros e petroleiras à aceitar um acordo rebaixado, como se isso tivesse algum impacto relevante sobre a tão falada dívida, a Petrobrás entrega ativos estratégicos por valores depreciados e vende toneladas material de seus empreendimentos como sucata.
Nas assembleias realizadas no Rio de Janeiro, de 26 de setembro a 3 de outubro, os petroleiros rejeitaram a proposta da Petrobrás por 634 votos à 2. Foi aprovada também a assembleia permanente e o estado de greve. Confira o quadro das assembleias
Quando em assembleia permanente a categoria pode ser convocada a qualquer momento a se posicionar sobre alguma proposta, sem precisar cumprir o prazo legal de 3 dias entre a publicação de um edital e a realização da assembleia. Já o estado de greve representa uma intensa mobilização política, com um aceno à empresa de que há disposição em decretar greve, caso as negociações não avancem.
Unidade de ação e de lutas – A resistência da categoria precisa ser firme como foi no passado em tempos que queriam até mudar o nome da empresa para “Petrobrax”. Para isso, a unidade de ação dos petroleiros é importante. E talvez a única forma de conseguir resistir à onda de retrocessos e privatizações em todos os setores.
O Sindipetro-RJ e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) defendem a realização de mesa única. E está fazendo um chamado a todos os sindicatos para uma reunião geral com o objetivo de construir uma greve nacional unificada. Também é importante a unidade com os demais trabalhadores para resistir às reformas que vão impactar duramente o país e a vida de todos.
Outra luta fundamental é a resistência à proposta de equacionamento da dívida da Petros. Os trabalhadores não podem pagar a dívida da empresa. Eles honraram o pagamento de suas contribuições ao longo dos anos e agora não podem ser penalizados pela decisão da Petrobrás de não pagar o que lhe cabe.
Apesar das diferenças entre os diversos setores que compõem o movimento petroleiro, é necessário superar as diferenças como fizeram os metalúrgicos, com ações unitárias realizadas por todas as centrais. É importante também que não se use o movimento sindical como plataforma política de qualquer candidato, porque somente a luta dos trabalhadores pode barrar os retrocessos.