Política de preços de Bolsonaro contra a Petrobrás e o povo balança

Visando manter os preços altos (PPI), Bolsonaro acena com a demissão do Presidente da Petrobrás

A partir desta sexta-feira (19/02), a direção da Petrobrás reajusta pela quarta vez neste ano de 2021, o preço do litro da gasolina nas refinarias em 10,2% (R$ 2,48) e o diesel que vai a 15,2% (R$ 2,58).Com esses novos reajustes, o litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% desde o começo do ano, em menos de dois meses, e o diesel, 27,72%, no mesmo período, o que deixou o governo pressionado pelos caminhoneiros.

Segundo informes da mídia especializada, por conta da queda de sua popularidade, como mostra pesquisa recente da Datafolha divulgada em 24/01, a reprovação ao governo federal passou de 26% para 41%, fazendo com que Bolsonaro avalie rever a continuidade da política de Preços de Paridade de Importação (PPI). Este modelo que ancora os preços dos combustíveis da Petrobrás nas variações do mercado internacional e em todos os custos envolvidos na importação, talvez leve até a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da empresa. “Fazer média” com uma importante camada de apoiadores e ex apoiadores na população, como o caso dos caminhoneiros, talvez seja um expediente do qual Bolsonaro lance mão na atual conjuntura.

Por sua vez a direção da empresa novamente tenta justificar sua política de preços, recorrendo à falácia de que a variação aplicada a partir da PPI faz com que os preços fiquem mais baratos quando comparados com outros países como Austrália, Chile e Áustria, por exemplo, que nem são produtores de petróleo.

De fato, os preços dos combustíveis no Brasil podem não ser os mais caros do mundo, mais o real é uma das moedas que mais apresentou desvalorização em 2020, com 28% de queda. Com a moeda fraca, obviamente que perdemos o poder de compra e sentimos o peso de preços de produtos atrelados ao mercado internacional, como tem sido o caso dos combustíveis desde a implementação, por parte da hierarquia da Petrobrás, da famigerada PPI, em 2016.

O saque da “patota” neoliberal à Petrobrás e ao Brasil

Além de ter responsabilidade por aplicar a PPI, a “patota neoliberal” da qual Castello Branco faz parte, vem aplicando um processo de sucateamento de suas 13 refinarias, que têm operado com grande ociosidade ( 28% no 1T2018) , sendo que oito dessas mesmas refinarias estão em processo de venda. Com refinarias ociosas e uma política de preços favorável à importação, o mercado brasileiro acaba atendido pelas empresas estrangeiras e importadores. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em dezembro, as importações responderam por 13,7% da demanda por gasolina e 22,9% da demanda por diesel no Brasil.

Impedir a conclusão do processo venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no estado Bahia, para o grupo Mubadala, sócio da Shell em vários empreendimentos no exterior, é uma reação da categoria petroleira para impedir a continuidade do processo de desmonte e privatização da Petrobrás e contra a PPI.

A venda de nossas refinarias só vai agravar os efeitos de uma política benéfica apenas aos acionistas neoliberais, sustentáculos deste governo genocida, que abandona o povo ao relento da COVID-19, cortando direitos e promovendo ataques aos servidores públicos e trabalhadores de estatais como a Petrobrás.

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