Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobrás, deve ganhar bonificação milionária de quase R$ 1,6 milhão, a título de bônus este ano
Segundo uma reportagem de O Globo, os acionistas da estatal votarão em abril, em assembleia, proposta que prevê a distribuição de R$ 13,1 milhões à diretoria da companhia dentro do Plano de Prêmio por Performance (PPP). São nove membros na diretoria e a empresa não informa exatamente quanto será embolsado por Silva e Luna.
Veja essa simulação em vídeo que chegou ao valor de R$ 1.592.500,00!
O bônus da Petrobrás aos diretores não é pago de uma só vez: eles recebem 60% em uma parcela à vista e o restante é pago ao longo dos quatro anos seguintes. Para o adicional ser pago, a companhia precisa ter batido certas metas, como a evolução da dívida e do lucro e até o controle da emissão de gases do efeito estufa e de vazamentos de petróleo.
O PPI – Preço de Paridade de Importação e privatizações a balde, nos últimos anos, proporcionaram um lucro gigante de R$106,7 bilhões em 2021, que são distribuídos em dividendos aos acionistas e na forma de bônus para os chefões de coturno da empresa. Uma verdadeira chuva de dinheiro, enquanto a população se vê obrigada a lidar com a alta constante de um combustível dolarizado.
Desde a implantação do processo de desmonte da Petrobrás, o Sindipetro-RJ tem denunciado , sistematicamente, como a direção da Petrobrás tem trabalhado em causa própria para aumentar os seus ganhos. Isso ficou evidente quando o então gestor responsável pelo RH, Claudio Costa, demitido por especular no mercado financeiro com informações privilegiadas da Petrobrás condicionou a criação do PPP ao incremento da venda de ativos da empresa. Ver matéria https://sindipetro.org.br/carta-demissao-claudio-costa/
“La dolce vita” de Bolsonaro aos seus amigos militares em estatais
O Sindicato também vem denunciando como Bolsonaro vem aparelhando estatais, sobretudo a Petrobrás, colocando militares nos postos-chaves nas presidências da empresa e do Conselho de Administração. Ver matéria https://sindipetro.org.br/estatais-e-suas-direcoes-militarizadas/
O general Silva e Luna e sua equipe de militares parecem portar uma “sorte grande”, pois sempre embolsam boladas pelas estatais que passam, por indicação de Bolsonaro, devido a realizações que não foram ou são suas e resultados com os quais não contribuíram, como é o caso do desenvolvimento e produção do Pré-Sal que já responde por mais de 70% da produção da Petrobrás.
Já, por exemplo, na Itaipu Binacional, entre os anos de 2019 e 2020, o atual presidente da Petrobrás embolsou indenizações que chegaram a R$ 370 mil a título de direitos retirados dos trabalhadores concursados em Itaipu sob alegação de retirada de “expectativa de futuro” quando ocupava cargo de forma passageira, sem perspectiva de carreira na empresa. Ver matéria https://sindipetro.org.br/a-farra-em-itaipu/
Escândalo, também, é ter aumentada a própria remuneração, tanto pela venda de ativos que não desenvolveu e a preços e momentos de mercado questionáveis, quanto por uma reversão contábil de um anterior impairment, que juntos insuflam o resultado de 2021 em cerca de 30 bilhões.
Por essas e outras, que apontamos que o chamado risco moral – que veio aos holofotes devido ao comportamento e decisão de presidentes e diretores de grandes bancos e empresas para, e na crise de 2008 – só cresce nas estatais e na própria Petrobrás com a implantação de políticas de incentivos, remuneração variável para a alta direção, que já se demonstraram lesivas aos próprios acionistas das empresas, seus empregados e, até, para o conjunto da economia no mundo.