Protestos denunciam objetivos de leilão de áreas de petróleo e gás

O Sindipetro-RJ esteve presente nas manifestações que mar­caram a realização da 14ª Ro­dada e acompanhou desde o início o certame ocorrido no Windsor Barra Hotel – Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

“Tem uma mentira colocada aqui quando se chama isso que vimos hoje de processo licitatório. Basta observamos a situação de cartas marcadas ao ver que só uma empresa participou da aquisição de determinado bloco numa só proposta. O Governo corrupto de Temer esco­lhe o pior momento para vender o nosso petróleo e a melhor forma de entregar nossas reservas às empresas estrangeiras” – analisa Vinicius Camargo, di­retor do Sindipetro-RJ em entrevista para a Telesur

Protesto de povos originários e pe­troleiros – Durante o evento, indíge­nas Kaigang, petroleiros e integrantes da ONG 350.org foram impedidos e agredidos pela segurança contratada pela ANP, ao tentarem continuar um protesto no acesso ao auditório do Windsor.

“Estamos diante desse leilão cuja arbitrariedade fica clara quando se realiza de portas fechadas e sabemos que pela lei qualquer leilão deve ser realizado de portas abertas e não foi isso que aconteceu aqui!” – disse a atriz Cássia Kiss, integrante do protesto contra a realização do leilão.

“Para nós é uma ameaça, tudo que se mexe na terra, principalmente, o que fica abaixo do aquífero Guarani, para nós é uma ameaça à sobrevivên­cia para nossas gerações, de povos originários e outros povos, como até o homem branco. Sabemos que as em­presas petroleiras não pensam nisso, é público que o dinheiro do petróleo corrompe tudo. Basta ver o que aconteceu nos últimos anos no Brasil. Precisamos defender o nosso território brasileiro, não podemos ficar nessa situação na qual retiram os nossos direitos, levam as nossas riquezas” – denunciou Kretã Kaingang

Os povos originários, junto com a ONG 350.org, denunciaram como o processo de faturamento hidráulico, conhecido como “fracking”, pode afetar os mananciais e lençóis freáticos. Em uma performance, denunciaram como a indústria do petróleo contamina a água e afeta as pessoas.

 

A entrega continua

A ANP tem em seu programa a realização de mais dois leilões em 2017. Além da 14ª Rodada de Licitações, estão programadas a 2ª e a 3ª Rodadas sob Regime de Partilha na área do Pré-Sal. A 2ª Rodada está prevista para dia 27 de outubro e vai ofertar quatro áreas com jazidas unitizáveis, ou seja, adjacentes a campos ou prospectos cujos reservatórios se estendem para além da área concedida (Gato do Mato, Carcará, Tartaruga Verde e Sapinhoá). A 3ª Rodada ofertará as áreas de Pau Brasil, Peroba e Alto de Cabo Frio-Oeste, na Bacia de Santos, e a área de Alto de Cabo Frio-Central nas Bacias de Santos e Campos.

Ligações perigosas: Falconi

De acordo com a publicação Isto é Gente de 28/05/2001, as ligações entre o sr. Pedro Parente e o empre­sário Vicente Falconi vêm de longa data: “No primeiro fim de semana no cargo (de mi­nistro), enquanto tentava relaxar no seu sítio, próximo a Brasília, (Pedro Parente) já fazia contatos com o consultor de gestão, Vicenti Falconi, visando a definir um planejamento e monitoramento da questão energética do País”

O Sindipetro-RJ vem denunciando a contratação sem licitação da consultoria de Falconi por parte da direção da Petrobrás (vide boletins nº XII e XIX). Esta empresa é responsável pela famigerada política do Orçamento Base Zero.

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