CSN não aceita negociar e metalúrgicos seguem firmes na luta por seus direitos

Prossegue o impasse entre os trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a direção da empresa em Volta Redonda-RJ. Nova rodada de negociações acontece nesta terça (19/04)

Na segunda-feira (18/04), transcorreu uma reunião entre os representantes da CSN e o  Sindicato dos Metalúrgicos, sem que houvesse um avanço. Representantes voltam à mesa nesta terça-feira

As mobilizações de trabalhadores e trabalhadoras da CSN já entram na terceira semana com a direção da siderúrgica se mostrando intransigente em abrir negociações. Os trabalhadores exigem reposição salarial de 25%, mais aumento real; PLR de 25% dos dividendos; fim do banco de horas; cartão alimentação de R$ 800; plano de saúde com abrangência nacional e reintegração dos demitidos.

Ainda na tarde de segunda-feira, os trabalhadores e trabalhadoras da CSN promoveram uma mobilização em um ato na Praça Juarez Antunes, em Volta Redonda, em que fizeram uma avaliação do contexto de luta.  Antes do ato, ocorreu uma assembleia que aprovou ser necessário incorporar a Comissão dos Trabalhadores da siderúrgica na rodada de negociação na reunião desta terça.

Dono da CSN não respeita o MPT

O Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou a reintegração imediata de dezenas de trabalhadores que foram demitidos da CSN, o fim das demissões sumárias e perseguições, com a direção da empresa assumindo um compromisso público. Mas Benjamin Steinbruch, um dos oligarcas da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), resolveu mostrar que é mesmo um burguês que não respeita os trabalhadores, e muito menos instituições, ao não considerar a recomendação do MPT.

No dia 11/04, a CSN, que não aceitou negociar com os trabalhadores, demitiu a Comissão de Base que está a frente da mobilização na empresa. “Eles pensam que vão nos oprimir, que demitidos iríamos pra casa, mas agora tem uma comissão aqui fora para apoiar a luta dos que estão lá dentro da empresa, porque a gente não vai parar a nossa luta! A gente está ficando forte e a luta continua!”, afirmou Felipe Alípio, que convocou a sociedade a apoiar os trabalhadores.

Base derruba atitude pelega

Na última quinta-feira (07/04), os trabalhadores da CSN realizaram uma assembleia. A empresa chegou a proibir, como fazia na ditadura , uma reunião na porta da empresa, mas isso não impediu que a realização dentro da própria empresa.

A FNP, através do Sindipetro-RJ, presta solidariedade classista e apoia o movimento da base dos metalúrgicos que pressiona o sindicato dos trabalhadores da CSN para que não “rebaixe” a pauta e entregue o jogo, como aconteceu na sexta (11/04).

Sem representar a categoria e contra a vontade dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda colocou a proposta da empresa em votação secreta, mas foi amplamente derrotado. Foram apurados 6.060 votos e 99.3% dos trabalhadores disseram NÃO à proposta. Os trabalhadores aproveitaram a votação para demonstrar toda a revolta contra os baixos salários e a postura pelega do Sindicato.

Veja como foi o ato de segunda-feira (18/04)

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