Em março, ao mesmo tempo em que batia recorde de produção de 1 bilhão de barris no Campo de Búzios, a Petrobrás descumpria cláusulas do ACT, forçando os petroleiros até a uma greve de 24h de advertência, além de outros problemas nas plataformas que operam no Campo, mostrando o quanto a força de trabalho ainda precisa lutar para ser adequadamente valorizada na estatal.
A Petrobrás noticiou que o campo de Búzios – maior do mundo em águas profundas, bateu a marca de produção de 1 bilhão de barris de petróleo (cerca de 159 litros em cada barril). E espera-se que haja cada vez mais aumento nos próximos anos com novos sistemas de produção numa projeção de dobrar a produção até 2030.
A nova marca foi atingida em 31 de março somando a produção das quatro plataformas (74, 75, 76 e 77) e do navio-plataforma Almirante Barroso.
Riqueza privatizada
Vale mencionarmos a entrega de Búzios em novembro de 2019 quando foi realizado o megaleilão do Pré-Sal – do excedente da Cessão Onerosa com a formação de consórcio da Petrobrás com as chinesas CNOOC e CNODC no campo de Búzios. https://sindipetro.org.br/petrobras-obtem-falsa-vitoria-no-megaleilao-do-pre-sal/
Desrespeito acentuado
No início do ano passado, logo após a posse da nova gestão, o Sindipetro-RJ apresentou as demandas dos embarcados à empresa, com a presença do RH de Búzios, que englobavam desde o tempo de espera no Aeroporto, passando pela logística de desembarque até uma lista unificada das bases da FNP sobre problemas que poderiam virar ocorrências de acidentes, colocando em risco a segurança dos trabalhadores. Conheça: https://sindipetro.org.br/sindicato-apresenta-demandas-de-embarcados-de-buzios-para-o-rh/
Em agosto passado, na esteira do assédio, o Sindicato recebeu reclamações sobre tratamento inadequado na P-74 com ameaças inclusive à Segurança. https://sindipetro.org.br/assedio-p-74/
Em março deste ano, o Sindipetro-RJ cobrou respostas da estatal ao descumprimento de cláusulas do ACT sobre o pagamento do auxílio deslocamento a uma parte dos trabalhadores do E&P e a forma de convocação praticada para que os trabalhadores se apresentassem no fim das férias, obrigando-os a trabalhar fora do ciclo de suas escalas programadas.
Neste último caso, sem retorno do RH por 60 dias (!), os petroleiros do Campo de Búzios deflagraram greve de advertência, cortando a emissão de Permissões de Trabalho por 24h. https://sindipetro.org.br/plataformas-buzios-greve/
No dia 15/03, o Sindipetro-RJ debateu as demandas na P-75 para melhorar a segurança em encontro com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em Plataformas (Ciplat). São situações que passam até por questões de qualidade alimentar! https://sindipetro.org.br/sindicato-debate-demandas-com-a-ciplat-da-p-75/
Mulheres ainda lutam por estrutura mínima
Não apenas nas plataformas, as petroleiras do Operacional ainda precisam lutar por problemas muito básicos como uniformes e banheiros adequados! Trata-se de falta de atenção a questões das mulheres, desde necessidades urgentes nas áreas operacionais, até a demora das respostas a graves casos que são levados à ouvidoria. E foi somente com pressão que os RHs do Sistema Petrobrás se comprometeram a começar a resolver estes problemas em reunião com a FNP no dia 29/02 passado.
Portando, NÃO é mais aceitável que uma estatal gigantesca como a Petrobrás, que comemora recordes de produção e enche os bolsos de acionistas, não reconheça, nem invista no efetivo; não valorize cada um de seus empregados, levando-os ao limite da insatisfação numa luta recorrente para fazer valer direitos conquistados!