A preço de banana Petrobrás entrega campos maduros a preço de banana

Em mais uma etapa da política de desmonte e privatização da empresa, a Petrobrás informou na última quarta-feira, 28/11, que assinou com a petroleira anglo-francesa Perenco, contratos para a cessão da participação total nos campos de Pargo, Carapeba e Vermelho, o chamado Polo Nordeste, localizados na Bacia de Campos, em águas rasas na costa do estado do Rio de Janeiro.

O sistema de produção desses campos da Bacia de Campos é integrado e consiste em sete plataformas do tipo jaqueta fixa, que é exportada através da plataforma de Garoupa (PGP1), seguindo através de oleoduto para o continente até o terminal de Cabiúnas. As sete plataformas em operação nesses campos possuem diretamente, nas suas operações, cerca de 280 funcionários da Petrobrás. Além disso, estes três campos foram vendidos no valor de US$ 370 mi (cerca de R$ 1,4 bi).

O valor pode ser considerado irrisório se comparado com o potencial dos três campos. Segundo estimativas com base em dados fornecidos pela ANP, as reservas atuais (outubro de 2018) dos campos de Pargo, Carabepa e Vermelho são de 1,5 bilhões de barris de petróleo e 6,7 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Para termos uma ideia da magnitude dos recursos que ainda serão gerados nestes campos, considerando o preço do barril em outubro de 2018, esses recursos equivaleriam a R$ 441 bilhões. Montante 440 vezes maior que o arrecadado pela Petrobrás com a venda e obviamente, valores que justificam o interesse da empresa europeia.

No mesmo dia, também foi anunciado um acordo com a 3R Petroleum para a cessão da participação total em 34 campos de produção terrestre na Bacia Potiguar. A privatização dos campos maduros para as empresas estrangeiras é o retrato de uma política de entrega do patrimônio público do país, trazendo muitas perdas materiais e redução da capacidade produtiva. O futuro com certeza irá cobrar o preço dessa entrega dos recursos do Brasil.

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