Autoritarismo é combustível na gestão da Petrobrás

Na Petrobrás, ex-assessor de João Dória coloca em prática política de perseguição a dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Rio

No EDISE, prédio da antiga sede da Petrobrás, no Centro do Rio de Janeiro, o gerente executivo do GP (Gestão de Pessoas), Cláudio Costa, teve uma atitude provocativa quando tentou votar na assembleia sindical, que avalia a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), para o período 2019/2020, realizada na porta da unidade.

“Eu trabalho mais que vocês”

O simples fato de ter sido inquirido e ser impedido de votar mostrou que o executivo recolheu a sua face de “monge”, como aparentava em uma rara reunião, sendo a única que compareceu, com as representações sindicais no início da gestão, se revelando agora um executivo grosseiro, como flagrou um vídeo em que aparece intimidando dirigentes sindicais. “Eu trabalho mais que vocês. Eu sou funcionário da empresa e vou votar!” – bradou, empunhando seu crachá verde “genérico” utilizado por ocupantes de cargos de confiança que entram na empresa sem concurso por indicação política.

É bom lembrar que Claudio Costa é da confiança do atual governador de São Paulo, João Dória. Foi seu ex-secretário executivo adjunto de Gestão de Pessoas da Prefeitura.

Depois de deixar a secretaria, e antes de ser indicado politicamente por Dória a Bolsonaro, passou a ocupar cargos de conselheiro na iniciativa privada e por novas indicações políticas em órgãos do governo paulista.

Como penetra, foi barrado onde não foi chamado, e pelo visto não gostou da reprimenda. Daí resolveu agir tentando atacar o Sindicato por expedientes extrajudiciais que podem escalar para a tentativa de demissão de quatro dirigentes.

Está claro que esse comportamento de Costa pode ser explicado pelos resultados das assembleias que já rejeitam por maioria a proposta da direção da Petrobrás, presidida pelo neoliberal Roberto Castello Branco, o preposto de Paulo Guedes na companhia, que anunciou na última quarta (21), a intenção de privatizar a Petrobrás até o final do governo Bolsonaro.

Ainda, se Castello e Bolsonaro dispensarem o mesmo tratamento a Costa, com o qual atacaram supervisores, por se absterem de votar pela aceitação da proposta de ACT, o governador de São Paulo receberá seu pupilo de volta.

 

Versão do impresso Boletim CXXXVI

Destaques

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