Cade condiciona venda da Liquigás a Acordo de Controle de Concentrações

A Itaúsa anunciou que pretende ter um portfólio de pelo menos dez empresas nos próximos quatro anos. Uma delas é a Liquigás. A Petrobrás assinou o contrato de venda da Liquigás no final do ano passado para um grupo formado pela Itaúsa, Copagaz, Nacional Gás Butano e Fogás. Mas agora o negócio passou a depender de condição imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que pediu a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) conforme publicação feita no Diário Oficial da União na quarta (08).

Ampla cobertura nacional

A Liquigás foi fundada em 1953, adquirida pela BR em 2004 e passou a ser subsidiária direta da Petrobrás em 2012, quando se consolidou na liderança do mercado de botijões de 13 kg. Hoje, está presente em 23 estados com centros operativos e possui vantagem competitiva com depósitos e uma rede de pelo menos 4.800 revendedores autorizados – 21,4% do mercado nacional. A Petrobrás vendeu 100% das ações por R$ 3,7 bi, apesar da subsidiária ser lucrativa, estratégica, dispor de amplo portfólio de atendimento e cerca de 35 milhões de consumidores residenciais. Confira matéria especial que publicamos em 2018 https://sindipetro.org.br/liquigas-uma-venda-injustificavel/

Transação suscita preocupações

Ao analisar a venda, o Cade apontou que o setor de GLP tem elevadas barreiras à entrada de novos competidores e que já foi alvo de várias investigações e condenações. Em parecer disse que “dado o contexto do mercado e a proposta inicial das requerentes, a operação suscita preocupações de poder de mercado” e que a transação “reforçaria o oligopólio entre grandes do setor”.

Vale lembrarmos que em 2018 o Cade barrou a compra da Liquigás pela Ultragaz, muito devido às fortes argumentações dos sindicatos, AEPET e outros setores de oposição ao governo, além de grupos privados contrários à venda.

O Sindipetro-RJ luta contra as privatizações!

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