Diálogos sobre o assédio sexual e o machismo – parte 3

Especial Agosto Lilás  – Sugestão para a Petrobrás:

Ademais reconheçamos o empenho da gestão da Petrobrás em debater esse tema e buscar operar mudanças no trato deste, ainda temos muito que avançar. Por exemplo:

Realizar alguma homenagem para essas mulheres que tanto fizeram para a nossa empresa! E considerando a relevância da Petrobrás, contribuíram para uma Brasil com dias melhores, mais respeitosos e saudáveis para todes!

– Em medidas que responsabilizem o assediador/agressor nas indenizações e não apenas a Petrobrás e a empresa contratada;

– Em medidas imediatas de proteção à vítima, seja pela Petrobrás e seja pelas empresas contratadas;

– Na relação com as empresas contratadas a fim de não as deixar negligenciar esse tipo de situação. Um exemplo disso é, até hoje, o não reconhecimento por parte da Vinil, do acidente de trabalho;

– Nas medidas tomadas junto a quem pratica calúnia e difamação; – Na falta do senso de urgência dado às demandas apresentadas pelo Sindicato em favor dessas mulheres, à exemplo da mudança de horário de uma das vítimas, uma medida simples segundo a própria Vinil e que, mesmo sob insistência do Sindicato via ofício, reunião e telefonemas, levou, pelo menos, 30 dias para serem resolvidas; e

– Outro absurdo institucional que vemos e que transmite uma mensagem bastante contraditória da gestão da Petrobrás, são os gerentes acusados de assédio sexual ou moral ou até que respondem por violência contra mulher, continuarem em cargos de gestão. Ou gerentes que se pronunciam nas redes internas da empresa reforçando a cultura machista que são mantidos na posição. Por fim, é preciso dizer que todo processo de mudança tem as suas dificuldades. Mas acreditem, sairemos mais fortalecidos e melhores disso tudo enquanto indivíduos, coletivo e empresa.

Dicas

Piadas, brincadeiras, expressões de duplo sentido, mesmo tendo uma forma aparentemente “lúdica” para quem as profere, passam uma mensagem e, portanto, não estão imunes de serem interpretados como assédio ou importunação sexual.

O não, faz parte da vida. Tod@s sabemos disso! Recebeu o não de uma mulher, respeite!

 

As mulheres valorizam muito os elogios profissionais, contudo, eles são escassos. A maioria dos homens se dedica a fazer “elogios” sobre a o corpo ou a aparência da mulher, mesmo em espaços profissionais, como se elas estivessem ali para enfeitar o espaço. Já o elogio e o reconhecimento profissional especialmente em determinadas atividades, como mais um elemento do machismo, são dirigidos apenas aos homens. As mulheres também valorizam o respeito às suas falas, a não interrupção delas e o reconhecimento das suas colocações que, por diversas vezes, são apropriadas pelos homens e reconhecidas apenas quando faladas por um homem.

 

Na utilização de espaços compartilhados e onde circulam homens e mulheres para troca de roupas, ver imagens sensuais ou qualquer outra ação íntima, é passível de ser considerado assédio ou importunação sexual.

Destaques