Transpetro está retaliando aqueles que optam pelo descanso
Na Transpetro, quando a Petrobrás ainda era a dona dos gasodutos, antes da privatização, os técnicos de operação do Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL) eram convocados durante a folga de maneira imprevista, os chamados “cobre-férias”.
Hoje, a Transpetro aluga os mesmos gasodutos (leia abaixo sobre o escândalo dos dutos) e utiliza uma “lista de substituição” – trabalhadores que servem para cobrir quaisquer motivos de ausência dos colegas.
O problema é que, segundo denúncias que chegaram ao Sindicato, a Transpetro está fazendo uma outra lista: a de quem não aceita sair da folga quando é chamado por meio de telefonemas repentinos, uma espécie de lista dos “maus funcionários”. Uma verdadeira opressão! Muitos aceitam e se prejudicam, deixando de descansar, porque sentem-se coagidos a trabalhar na folga.
Decisão judicial de 2019
Vale lembrarmos que o Sindicato precisou entrar no Judiciário contra a Transpetro, porque a empresa, até então, se recusava até a pagar o sobreaviso parcial aos “cobre-férias”.
Na ação civil pública (0100649-61.2019.5.01.0031), a juíza do Trabalho, Cristina Almeida de Oliveira, julgou, em junho de 2019, procedente o pedido do Sindipetro-RJ para o pagamento dos períodos de escala dos “cobre-férias” conforme o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de forma, inclusive, retroativa com correção monetária e juros de mora. Veja a sentença: Pagamento sobreaviso parcial
Veja a cláusula 5ª no ACT: bit.ly/ACTTranspetro2023-25
O escândalo dos gasodutos
Em 2016, no governo Temer, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), que controlava a malha de gasodutos mais estratégica do País, que interliga toda a região Sudeste, foi privatizada por R$ 34,6 bilhões. Logo depois, a NTS começou a acumular lucro às custas da Petrobrás, que começou a alugar os mesmos dutos por cerca de R$ 1 bilhão/trimestre!
Em 2019, a direção da ultradireita na Petrobrás entregou a Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG) – maior transportadora de gás natural do País, à iniciativa privada por cerca de R$ 36 bilhões, mesmo com a certeza de que a produção iria aumentar…
Em projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em menos de 10 anos, o “lucro” com a venda da TAG será gasto com o pagamento de aluguel pelos mesmos gasodutos!
O Sindipetro-RJ está atento às denúncias e vai tomar providências junto com os trabalhadores do CNCL para apurar e buscar soluções para os problemas. Não é mais admissível esse tipo de gestão que persegue trabalhadores no Sistema Petrobrás!
