Documento elaborado por escola de saúde da FIOCRUZ diz que doença tem relação com ambiente de trabalho. Segundo uma Nota Técnica divulgada, no último dia 08/12, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP, da Fundação Oswaldo Cruz, os trabalhadores que se encontram expostos à escabiose, conhecida também como sarna, devem ser considerados como possíveis portadores de doença relacionada ao trabalho, e assim deve-se notificar ao serviço médico da empresa. Recentemente na Plataforma P-75 dois trabalhadores foram diagnosticados com a doença
Segundo uma Nota Técnica divulgada, no último dia 08/12, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ESNP, da Fundação Oswaldo Cruz, os trabalhadores que se encontram expostos à escabiose, conhecida também como sarna, devem ser considerados como possíveis portadores de doença relacionada ao trabalho, e assim deve-se notificar ao serviço médico da empresa. (Veja a Nota)
“A partir deste caso da P-75 elaboramos essa nota porque atuamos no Observatório de Doenças Contagiosas. O problema com os trabalhadores embarcados é que eles dividem quartos, e isso propicia a contaminação” – explica a pesquisadora, a bióloga Liliane Teixeira, doutora em Saúde Ambiental na área da Saúde do Trabalhador.
Por ser altamente contagiosa, converte-se em risco coletivo entre os trabalhadores e seus familiares. A prevenção básica constitui medidas individuais e coletivas de primeira linha para controle das infecções na fonte, ação fundamental para evitar surtos em ambientes de trabalho e em domicílios, tratando os casos e os comunicantes diretos pela facilidade de contágio.
Vale a pena ressaltar que surtos de escabiose que surjam nos locais de trabalho podem ser equiparados às doenças relacionadas ao trabalho ou acidente de trabalho, sendo indicada a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e o preenchimento do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) do SUS.
A nota técnica foi elaborada pela equipe da Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-CoV-2 no Brasil (Rede Trabalhadores & Covid-19).
Recentemente, o Sindipetro-RJ publicou um informe sobre a contaminação dois trabalhadores próprios da Petrobrás na plataforma P-75. Além disso, o Sindicato encaminhou carta ofício para a Petrobrás, com cópia para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e outros órgãos fiscalizadores, em que solicita esclarecimentos sobre a situação, e cobra da empresa medidas sanitárias para evitar novas contaminações. Até a produção desta reportagem nenhuma resposta foi dada ao documento enviado. (link matéria https://sindipetro.org.br/trabalhadores-da-p-75-sofrem-com-contaminacao-de-sarna/ )
Sarna não é caso isolado
Ainda, em julho deste ano, o Sindipetro-RJ criticou a falta de ação da empresa para resolver rapidamente um surto de conjuntivite na P-09 e a atuação para encobrir a situação. (Leia em https://sindipetro.org.br/hierarquia-privatista-tenta-abafar-surto-de-conjuntivite-na-p-09/). Isso mostra que o problema de um ambiente insalubre não é tão pontual na empresa. O Sindipetro-RJ avisou o Sindipetro-NF na ocasião sobre o caso.
E para encerrar, está mais do que claro que a hierarquia da Petrobrás tem pressionado médicos que, seguindo a legislação e os preceitos da sua profissão, defendem a emissão de CATs nesse tipo de situação.