Live do Sindipetro-RJ debate Orgulho LGBTIA+, defesa do SUS e opressões

O GT de Diversidade e Combate às Opressões do Sindipetro-RJ promoveu na terça-feira (29/06) uma live em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTIA+

Transmitido nos canais de vídeo do Sindicato no Youtube e Facebook, o debate pontuou de que forma as LGBTIA+ lutam contra as privatizações e favor do Sistema Único de Saúde (SUS).

Participaram do debate, Alice Pereira, mulher trans, quadrinista, musicista, autora dos livros “A História do Petróleo em quadrinhos” e “Pequenas Felicidades Trans”; – Charles Vieira, diretor do Sindipetro-RJ, mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos (UFRJ), ativista gay pelos direitos da população LGBTIA+ e dos povos de terreiro em defesa da laicidade do Estado; e Valda Neves, lésbica, feminista, antirracista, integrante da COLE (Coletiva Feminista das Lésbicas e Bissexuais), do Grupo 7 Cores e do Movimento Negro Unificado (MNU).

Preconceitos na Petrobrás e no meio sindical

Charles Vieira falou sobre a atuação do GT de Diversidade e Combate às Opressões não somente na Petrobrás, mas também no meio sindical, e que desde 2014 o grupo vem pautando temas, realizando capacitações, palestras e debates, direcionados para a categoria petroleira. Charles comenta que há muita coisa a ser feita, dado que os preconceitos são intrínsecos a uma situação cultural na sociedade brasileira, tão influenciada pelo patriarcado.

“É lamentável dizer isso, mas apesar de termos uma secretaria de Diversidade e Combate e Opressões, são muito fortes as contradições do sistema tanto na Companhia, quando no próprio meio sindical. Lidamos não somente com a LGTBIA+fobia, mas também com o machismo, racismo,misoginia, etarismo e o capacitismo, entre outros tipos de preconceitos. Precisamos mudar muitas coisas diante destes desafios e contradições existentes” – fala Charles.

O diretor considera um avanço fundamental o comprometimento da Federação Nacional do Petroleiros (FNP) e de seus sindicatos filiados, incluindo o Sindipetro-RJ, no apoio da promoção de iniciativas e eventos contra a LGTBIA+fobia.

“No dia 28 de junho, data que celebra o Dia Internacional do Orgulho LGTBIA+, a FNP nos apoiou financeiramente, contribuindo com a maior parte dos recursos, no ato histórico que promovemos na entrada da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), garantindo também apoio logístico para realização do evento que contou com participação de artistas que receberam apoio da federação para fazerem suas apresentações ” – conta.

A defesa do SUS

A importância do SUS para o público LGTBIA+ e da defesa dos serviços públicos foi apontada por Alice Pereira, mulher trans, quadrinista, musicista e escritora.

“Sabemos que a maioria da população LGTBIA+ e trans é muito carente de recursos, empregos e apoio familiar. Muitos estão em situação de rua, ou perto disso, vivendo da prostituição e morando em algum abrigo. Então é de suma importância que tenhamos um sistema como o SUS e os demais serviços públicos funcionando na sua plenitude para atendimento e apoio a essa população. Bem ou mal, apesar de tudo, do sucateamento, promovido por governos e a elite do país, o sistema de saúde funciona ainda no Brasil. Um exemplo disso é o IEDE ( Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione) que tem um ambulatório trans que realiza atendimentos de qualidade, também de psicologia e psiquiatria” – explica Alice, ressaltando a valorização do SUS e do serviço público e luta contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Contra o racismo, machismo e o todos os preconceitos

A luta contra a cultura do patriarcado se manifesta no combate ao machismo, racismo e da heteronormatividade, como afirma a feminista Valda Neves, que também é lésbica.

“Enquanto mulher negra e oriunda da favela, nesta sociedade que a gente quer gozar, amar e ser feliz ao lado da nossa companheira, temos ainda uma luta pela sobrevivência da qual não podemos fugir. Por isso, é necessário construirmos pontes, construir redes, provocar debates, diálogos e desmistificar muita coisa. Embora saibamos que existe uma estruturação social consolidada com o tempo que impõe o racismo, o poder masculino sobre a mulher e que impõe a heteronormatividade como uma única forma de se relacionar. A partir disso, desses vários padrões, devemos compreender que a saída para essa situação é enfrentar de forma conjunta e articulada. Não dá para lutarmos contra o racismo, reproduzindo a LGTBIA+fobia. Não dá para ser militante LGTBIA+ e reproduzir a misoginia e machismo, lutar contra um e reproduzir o outro é alimentar o mesmo sistema que nos oprime” – avalia Valda.

No próximo dia 29 de agosto será celebrado o Dia da Visibilidade Lésbica

Confira a íntegra da live nos links

TV Petroleira https://www.youtube.com/watch?v=b_zi0kSfFh4&t=147s

Facebook do Sindipetro-RJ https://www.facebook.com/sindipetrorj/videos/319995956370278/

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