Petrobrás absorve dívida da PBIO, mas não absorve os trabalhadores

Para facilitar a privatização da PBIO, a direção da Petrobrás assumiu um passivo de R$ 788 milhões por conta de uma dívida com a Bambuí Bionergia, uma atitude imoral frente à recusa da incorporação pela Petrobrás dos trabalhadores da PBIO que representam uma mínima fração do montante deste passivo, e nem sequer oferece um PDV digno, cujo teto foi menor que o piso do programa da Petrobrás.

A informação sobre a absorção da dívida com a Bambuí Bionergia consta na demonstrações financeiras do 1° trimestre de 2021, REVISADO pela empresa de auditoria KPMG. A dívida foi assumida em cinco de abril, último, com a assinatura de um termo de arbitragem, formalizando o ingresso da Petrobrás no lugar da PBIO, como requerida pela arbitragem. A transferência da dívida foi concluída com o valor total de R$ 788 milhões.

Em julho de 2020, a Petrobrás havia anunciado que a PBIO assinou contrato para venda de uma participação de 8,4% na Bambuí Bioenergia à Turdus Participações pelo valor simbólico de R$1, não informando a existência do passivo.

O Sindipetro-RJ questiona a imoralidade da operação quando o emprego de 150 pessoas fica ameaçado. Além disso, os trabalhadores da PBIO fizeram concurso público para trabalhar com biocombustível, setor que não está sendo extinto dentro da holding da empresa. Pelo contrário, novas iniciativas são tomadas constantemente.

Hierarquia da PBIO e da Petrobrás se negam a realizar qualquer negociação

Na tarde da última quarta-feira (5/5), o Sindipetro-RJ, com apoio da FNP, reuniu-se com representantes da PBIO e da Petrobrás a fim de negociar a incorporação de trabalhadores da PBIO na holding. No entanto, na reunião com representantes do RH PBIO e do RH  Petrobrás nenhuma proposta foi apresentada , mostrando assim a opção das hierarquias que usa o argumento da narrativa jurídica para escamotear uma decisão empresarial.

A FNP e o Sindipetro-RJ reafirmaram o pedido à direção da Petrobrás de reunião com o novo presidente para discutir a situação dos trabalhadores da PBIO entre outros temas. Caso a PBIO e a Petrobrás sigam na contramão, sem negociar, o Sindipetro-RJ poderá deflagrar uma greve. Cabe lembrar que nesta quinta (13/05) será realizado um seminário de greve com os trabalhadores da PBIO, entre os horários de 17h e 21h , em que será realizada  uma assembléia para definir sobre a greve. Da mesma forma que os Sindipetros MG e BA, que representam trabalhadores da PBIO em Montes Claros-MG e Candeias-BA, respectivamente, que já aprovaram a greve faltando apenas realizarem setoriais para definir a data de início do movimento paredista para exigir também a incorporação dos trabalhadores da PBIO à Petrobrás.

O caso da PBIO é mais um capítulo da série de desmonte e privatização a que vem sendo submetido o sistema Petrobrás, permeado por transações suspeitas e lesivas ao patrimônio do Brasil.

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