Petroleira Leninha: “em 2024 estarei de volta para continuar minha luta!”

Perseguida política, afastada desde 2009, após mais de 120 dias, ela dá uma pausa em seus protestos neste final de ano para recarregar energias e voltar com força total, seguindo na luta por uma resposta da alta direção da Petrobrás

 

Na segunda-feira (18/12) foi realizado na frente do edifício Senado (EDISEN), no Centro do Rio, o ato-protesto apoiado pelo Sindipetro-RJ/FNP “Pela vida digna dos petroleiros e petroleiras que construíram e constroem a Petrobrás” promovido pela petroleira Leninha Farias, que luta contra a falta de respostas da empresa para suas reivindicações para tratamento de saúde e reintegração.

Durante o ano de 2023, por mais de 120 dias, Leninha acampou e fez greve de fome em frente à sede da Petrobrás.

“Eu sou intransigente na defesa dos direitos dos trabalhadores, não estou somente aqui por conta da minha luta pessoal, pela injustiça que a Petrobrás fez comigo. Estou aqui também na defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas da Petrobrás que sofreram mais um ataque neste ACT. Estou aqui também pelos trabalhadores terceirizados que sofrem com a invisibilidade e falta de condições de trabalho, assim como também represento os colegas da Petrobrás que a cada vez mais são precarizados” – disse Leninha.

Perseguição política

A petroleira a partir de 2003 começou a sofrer um processo de perseguição política no EDIBA, sede da empresa na Bahia, com a suspensão de fornecimento de medicamentos para as doenças ocupacionais que adquiriu ao longo de sua atuação em anos anteriores na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), unidade em que trabalhava como técnica, com destacada atuação na CIPA.

São 14 anos que Leninha Farias busca recuperar sua dignidade e reconhecimento da injustiça da qual foi vítima por perseguição.

“Eu protesto pela vida, pela defesa de meus direitos e dos colegas petroleiros. Fui demitida por um colega petroleiro que tinha atividade sindical, que assumiu depois uma função gerencial na empresa. Eu tenho lado na luta de classe, fui chamada por essa mesma pessoa para também ocupar um cargo, mas não aceitei. E tendo feito isso sofri represálias, culminando com a minha demissão. Isso aconteceu num período que eu estava afastada por uma doença ocupacional, ocasionada pelo contato com produtos tóxicos na refinaria, como o benzeno, por exemplo. Então quando encontramos algum sindicalista, tirando foto com diretor, gerente da Petrobrás, você pode ter certeza de que esse não está mais ao seu lado” – resumindo como foi o seu processo de perseguição.

No ato esteve presente, parte do grupo de demitidos políticos da Petrobrás, apoiando as lutas pela anistia.

Na terça (19/12), o Sindipetro-RJ/FNP participou de uma reunião com a gestão da Petrobrás em que ficou registrada a promessa da empresa na busca de um caminho para resolver o problema. Leninha Farias segue na luta.

 

 

 

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