Plano estratégico da Petrobrás reafirma foco voltado para o mercado financeiro

Conselho de Administração (CA) da empresa aprova o Plano Estratégico para o quinquênio 2021-2025 com pilares voltados ao aumento dos ganhos dos especuladores

O Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada nesta quarta-feira (25), o Plano Estratégico para o quinquênio 2021-2025 (PE 2021-25). O plano mantém os cinco pilares que atuam na sustentação para a implantação do conjunto de estratégias da companhia:

Maximização do retorno sobre o capital empregado;
Redução do custo de capital;
Busca incessante por custos baixos e eficiência;
” Meritocracia “; e Segurança, saúde, respeito às pessoas e ao meio ambiente.

“Reafirmamos a visão de ser a melhor empresa de energia na geração de valor para o acionista, com foco em óleo e gás e com segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente” – diz o comunicado, deixando claro que o interesse nacional e a sustentabilidade energética do Brasil não são mais prioridades para a Petrobrás, contrariando assim os objetivos de sua criação em 1953.

Segundo este novo plano, a diminuição da dívida e a desalavancagem financeira continuarão a ser prioritárias, sendo a geração de caixa operacional e os desinvestimentos fundamentais para esses fins. Até o presente momento são mais de 50 ativos em diferentes estágios do processo de venda, como refinarias, campos de petróleo e subsidiárias como a PBIO que estão sendo pulverizadas. A própria direção da empresa explica que “para melhorar a alocação de capital e consequentemente para criação de valor para o acionista” as privatizações e desinvestimentos se justificam. Ou seja, mais uma vez se repete a lógica suicida.

O informe diz que, de janeiro de 2019 a setembro de 2020, mesmo com os impactos da COVID-19 e do choque do petróleo em 2020, a dívida bruta da empresa foi reduzida em US$ 31 bilhões, mantendo-se a meta de atingir US$ 60 bilhões em 2022.

Petrobrás beneficia acionistas com lucros compatíveis com a geração de caixa

O CA da Petrobrás já havia aprovado a revisão da Política de Remuneração aos Acionistas. Agora, quando se verificar redução de dívida líquida nos 12 últimos meses, poderá ser apresentada proposta de distribuição de dividendos. Mas quem vai decidir se este procedimento vai preservar a sustentabilidade financeira da empresa é a própria administração temerária da empresa.

Dividendos extraordinários
Se o endividamento bruto for inferior aos US$ 60 bi, com as alterações passa a ser possível o pagamento de dividendos extraordinários, superando o dividendo mínimo legal obrigatório ou o valor anual apurado.

O Sindipetro-RJ reafirma que é contra uma Petrobrás a serviço exclusivo dos acionistas e luta por uma PLR compatível com o trabalho desenvolvido pel@s petroleir@s.

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