Porque os gerentes não devem votar nas assembleias de acordo coletivo

Por Comissão de Base do Edisen

Sendo os gerentes funcionários concursados, trabalhadores como todos nós, na hora de votar em uma assembleia, deveriam levar em consideração as consequências para toda a classe trabalhadora. Porém, estes geralmente participam das assembleias com a missão de representantes da empresa, como cargos de “confiança”, confundindo o sentido do que é um cargo de confiança com o um cargo de obediência inquestionável. Um fato que comprova tal afirmação é a participação dos gerentes somente nas assembleias em que foram “estimulados” pela direção da empresa.

Somado ao fato de participarem das assembleias como representantes da empresa, os gerentes possuem uma remuneração à parte do acordo coletivo que compõe a sua remuneração global, com tabelas que não são de domínio dos empregados, ao contrário das tabelas salariais da categoria. Os reajustes destas tabelas não passam por convenção coletiva e tampouco temos conhecimento de como são definidos os critérios utilizados para se fazê-los.

Ou seja, é no mínimo antiético a participação na assembleia de acordo coletivo pessoas que não são atingidas da mesma forma que os demais trabalhadores. Eles opinam no nosso; nós não opinamos no deles.

Só acharíamos justa a participação dos gerentes em nossas assembleias se a forma de os remunerar fosse definida em convenção coletiva.

Há conflito de interesses. Da mesma forma que o representante dos trabalhadores não vota em pauta dos trabalhadores no Conselho de Administração cargos de gestão da empresa que tem metas de cortes de custos e diminuição de postos de trabalho não devem votar na pauta do ACT.

Eles não tem stif, então não sofrem as mesmas pressões e impactos de direitos e benefícios como o resto dos trabalhadores. O tema da jornada que é um grande tema tanto pro administrativo quanto pro operacional é totalmente diferenciado entre gerentes e trabalhadores em geral.

A empresa tem muitas formas de “alinhar” gestores seja através de metas, de RVE, retirada de função e promoções. Nada disso passa pelo sindicato e há pouco ou nenhum controle social e transparência nesses processos.

Deixamos claro que consultores são um cargo técnico e não de gestão, de confiança. Embora sofra pressões de alinhamento não é parte da hierarquia da empresa.

 

 

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