Reintegração após reversão de justa causa na Petrobrás muda vida de trabalhador

Setor Jurídico do Sindipetro-RJ obtém vitória processual: “O que me salvou foi o Sindicato. Agora, eu vou voltar a viver a vida, a fazer parte da sociedade!”, disse o trabalhador

Com um sorriso no rosto, Edir Rosa Leite, 59 anos, esteve na sede do Sindipetro-RJ na segunda (02). Na sexta (30/04), o Sindicato disparou comunicado em busca do seu paradeiro para uma urgente questão processual: depois de sete anos, Edir ganhou o processo judicial e foi convocado a se apresentar na Petrobrás para justamente retomar seu emprego!

“A notícia não poderia ter chegado em melhor hora. Eu tenho sobrevivido de biscates, usado roupas e sapatos doados e sofrido muito por não poder ajudar minhas três filhas, minha família. Passamos por muitas necessidades durante todos estes anos. Só agradeço a quem me ajudou. Agora eu vou voltar a viver, rever os amigos e esquecer as mágoas. Eu quero me atualizar, ter um celular, aprender a fazer um PIX. Vou voltar a viver a vida, a fazer parte da sociedade”, disse com animação.

Preconceito e perseguição

Após perseguição gerencial, Edir Rosa Leite foi demitido por justa causa. Na época, ele fazia todo tipo de serviço externo como contínuo no setor “Novos Negócios” que funcionava no EDISE.

“Eu fazia todo o meu trabalho com muita satisfação, era de confiança manejando documentos, objetos e valores, mas esse gerente não gostava de mim. Ele me pedia, por exemplo, para eu ir comprar um sanduíche de azeitona preta e quando eu chegava ele dizia que estava errado, que tinha falado de azeitona verde e mandava eu ir trocar. Isso ele fazia sempre! Hoje, acho que era uma espécie de racismo, de preconceito dele, porque todos gostavam muito de mim no Setor”, relata Edir Rosa Leite sobre o comportamento do gerente, que hoje está aposentado.

Outra passagem marcante do autoritarismo gerencial foi quando quiseram proibir Edir Rosa Leite de conversar com os terceirizados, de crachá marrom. “Só porque eles usam um crachá de outra cor são diferentes de nós? Isso não tem explicação”, disse.

No dia da demissão, dois seguranças armados reviraram o seu armário, pegaram o crachá e documentos. “Um dos seguranças me disse que estavam fazendo uma limpeza no Setor e os dois me escoltaram até a porta de saída. Parecia que eu estava sendo preso”, lembra o trabalhador ainda com tristeza e indignação, sem entender o motivo dessa ação violenta.

Extrema dificuldade

No passado, antes de trabalhar no EDISE, Edir já tinha amargado dificuldades com a extinção da Petroquisa. A demissão com justa causa trouxe problemas que ele nunca imaginou ter na vida.

“Vejam a importância de sermos sindicalizados, de darmos valor ao nosso Sindicato.
Com a justa causa, eu não consegui mais emprego, não consegui pagar as contas. O que me salvou foi o Sindicato. Eu corri para a sede em busca de ajuda e fui atendido na hora”, conta o trabalhador que obteve assessoria jurídica e ajuda financeira como integrante da equipe de panfleteiros do boletim semanal do Sindicato.

Agora, reintegrado, é desejar muito boa sorte ao Edir! O Sindipetro-RJ renova chamado a todos que estiverem passando por qualquer dificuldade no trabalho que não hesite em denunciar. Procurem um diretor na sua unidade ou entre em contato com o Sindipetro-RJ.

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