Resistir ao fascismo de Bolsonaro e ao engodo da frente ampla eleitoral

Por André Lobão

Em mais um final de semana Bolsonaro e sua base desafiam as recomendações de quarentena e distanciamento social e às instituições

Neste domingo (3), sob as bandeiras dos EUA e Israel, símbolos do internacionalismo da direita reacionária capitalista e de seus “patrões”, o presidente da República, Jair Bolsonaro comandou mais um show de horrores ao reunir na Praça dos Três Poderes, em Brasília-DF, em frente ao Palácio do Planalto, um aglomerado de 300 pessoas que mais uma vez exigiam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Com mais de 7 mil mortes e 100 mil contaminações pela COVID-19, o governo de Bolsonaro definitivamente demostra a surrealidade de ter outras prioridades que não estejam relacionadas a proteção da população no combate à pandemia que assola o Brasil e o mundo.

No ato ocorreram agressões a jornalistas que faziam a cobertura como o fotojornalista Dida Sampaio do Estado de São Paulo. O repórter do Poder360, Nivaldo Carboni levou um chute e foi hostilizado várias vezes. O repórter fotográfico Orlando Brito, do site Os Divergentes, e o repórter Fabio Pupo, do jornal Folha de S.Paulo, foram empurrados ao tentar ajudar Dida Sampaio.

No dia anterior, sábado (2), um grupo de bolsonaristas atacou um protesto de enfermeiros que estava sendo realizado na Praça dos Três Poderes.

Em outras capitais ocorreram carreatas e pequenos atos. Em Porto Alegre-RS, os bolsonaristas fizeram um ato em frente a sede do Comando Militar Sul, mas foram confrontados por um grupo antifascista que teve três de seus integrantes presos pela Brigada Militar, que estranhamente não deteve nenhum fascista bolsonarista.

Enquanto Bolsonaro radicaliza seu discurso para se manter no poder, após a saída de seu “sócio” Sergio “Malandro” Moro do Ministério da Justiça, a burguesia brasileira segue no seu “morde e assopra” em sua relação com o atual governo ao conseguir aprovar mais uma medida do pacote neoliberal de Paulo Guedes, que desta vez conseguiu aprovar no Senado o congelamento dos salários do funcionalismo público, tendo inclusive contado com os votos de toda bancada do PT.

Este episódio, em específico, comprova mais uma vez que o Sindipetro-RJ, FNP e outras organizações sindicais estavam certas em não participarem do ato – live unificado das centrais que acabou por contar com a presença de figuras públicas que sistematicamente ao longo de suas trajetórias políticas atacaram e atacam os direitos dos trabalhadores como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara Rodrigo Maia e do Senado Davi Alcolumbre.

É nítido que esse time não quer defender as bandeiras da classe trabalhadora, mas apenas fazer um “acordão” com a burguesia para chegarem todos juntos vitoriosos nas eleições de 2022, trabalhando pelos interesses dos banqueiros, empresários, credores internacionais, etc. Infelizmente, esta foi a política da direção majoritária das Centrais que tentou transformar o 1º de Maio em um ato da Frente Ampla Eleitoral.

É preciso que fique claro que o projeto econômico de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes é o mesmo daqueles que agora chamam os trabalhadores para uma “conciliação” de classes. Não vamos aceitar governos totalitários, projetos fascistas, e sobretudo, um modelo neoliberal que infelizmente está sendo encampado por parte daqueles que deveriam lutar pela dignidade e direito dos trabalhadores.
Seguimos em frente na defesa da vida e da Independência Classista!

#ForaBolsonaroeMourão

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