Sem reestatização não haverá preço acessível aos trabalhadores – é evidente que a maioria da população está comemorando a revogação do PPI, pois caminhoneiros, motoristas de aplicativos e a classe trabalhadora em geral não aguentam mais pagar essa criminosa conta

Entretanto, diferentemente dos sindicalistas atrelados ao governo, não podemos esconder os limites dessa medida, passando informações falsas, como se os preços tivessem retornado aos patamares anteriores ou estivesse garantida a comida barata na mesa do trabalhador. Em primeiro lugar, é impossível “abrasileirar” os combustíveis, como disse o presidente da Petrobrás, numa empresa desnacionalizada como é hoje.

Em segundo lugar, a companhia teria que anunciar que agora os preços estão lastreados somente nos seus custos de produção. Ainda assim, isso não seria uma tábua de salvação. É mais um slogan de campanha do que uma política definida e aplicável por si só. “Abrasileirar” o preço dos combustíveis, alimentos, transporte ou a conta de luz é insuficiente para libertar os trabalhadores da lógica privada, dos agentes do mercado financeiro.

É impossível, portanto, que somente a revogação do PPI liberte o povo brasileiro da exploração privada. Na verdade, “abrasileirar” o preço dos combustíveis sem reestatizar a distribuição dos derivados (responsável por 46,5% do preço do gás, 16,6% da gasolina e 20% do diesel) é o que explica que, mesmo com o fim do PPI, a tendência é que o preço do gás de cozinha fique na casa dos R$ 100,00, um preço injusto.

Sem reestatizar as refinarias da Petrobrás e os ativos de exploração, produção, transporte e comercialização não haverá preço acessível para os trabalhadores

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