Terceirização no CENPES: operações da Planta Piloto e do Compartilhado em risco

É necessário ter em mente que a Planta Piloto no Complexo CENPES/CIPD é uma mini-refinaria que requer a devida atenção. Porém, o que a gestão ainda no poder está fazendo às pressas nesse momento de troca de governo pode levar a Unidade a entrar numa profunda rota de insegurança generalizada.

Além dos inúmeros problemas que o CENPES vem apresentando há longa data (Leia mais: https://sindipetro.org.br/cenpes-dando-chance-para-azar/), chegaram ao Sindicato graves denúncias como a de gestores que ignoram a segurança em relação ao contingente mínimo ao colocarem apenas um operador por turno para operar inclusive a HC-5 que é de grande complexidade.

São medidas totalmente irresponsáveis numa área operacional onde, sabidamente, é requerida formação e expertise, para lidar com situações de risco como alimentação elétrica e produtos químicos.

É intolerável que tais implementações sejam aplicadas em qualquer unidade da Petrobrás!

O Sindipetro-RJ vem contestando veementemente a introdução de operação terceirizada na Planta Piloto. Não bastasse o início deste contrato há alguns dias, ainda deslocaram um operador para trabalhar na Destilação da Radial 4.

Além disso, também há denúncias de que, ao apagar das luzes da gestão que está saindo da Petrobrás, vem sendo arquitetado, na surdina, em reuniões quase secretas, a divisão da Operação, a partir de 1º de fevereiro, em dois setores, um mais voltado para a industrial e outra para a predial, levando a crer que seria para facilitar ainda mais a terceirização da operação envelopada das plantas.

Efetivo mínimo

Um dos problemas que mais acarretam a falta de segurança no CENPES é a redução de efetivo, que é notável também em outras várias unidades da Petrobrás. É hora de se abrir novas vagas na estatal através de concurso público, dando oportunidades ao imenso grupo de desempregados no país e preenchendo o quadro de efetivo que está abaixo do exigido para o funcionamento operacional, por exemplo.

Um trabalhador não pode fazer o trabalho de dois, muito menos ficar sozinho num plantão, como vem acontecendo no CENPES. Na Planta Piloto, diga-se de passagem.

Esta era a mesma gerência onde a gestão burlou o ACT (marcação das HETTs efetivas) e que parou todas as atividades para um descontão geral no crédito do banco de horas dos operadores. Parece que lá vale tudo…

Além do mais, historicamente, as empresas prestadoras de serviço estão sempre envolvidas em situações conflitantes de instabilidade; baixos salários; assédio patronal; recrutamento de trabalhadores sem formação adequada; ausência de treinamento em cursos obrigatórios ao cargo; dificuldades financeiras que levam ao atraso do pagamento de salários impedindo o trabalhador até de comparecer ao serviço.

PS: tanto a questão da terceirização quanto do concurso para o nível médio será levado pelo Sindipetro RJ / FNP para a reunião que acontece hoje com o novo presidente da empresa, como uma pauta emergencial a ser freada pela nova gestão.

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