Trabalhadores terceirizados no CENPES fazem greve exigindo salários atrasados e direitos

Na manhã desta quarta (28/04), o Sindipetro-RJ realizou um ato em apoio aos trabalhadores na unidade. A greve começou nesta terça-feira (27/04) e os trabalhadores já fizeram um abaixo assinado pedindo para que a empresa pague os salários e direitos atrasados. Os trabalhadores da Allcontrol realizaram assembleia em que decidiram por solicitar o apoio dos diretores do Sindipetro-RJ na demanda

No CENPES, trabalhadores da terceirizada Allcontrol (prestadora de serviços de manutenção, caldeiraria e instrumentação) realizam uma greve por atraso de salário, vale transporte, vale alimentação e vale refeição, que deveriam ter sido pagos na última sexta-feira (23/04). Anteriormente havia a promessa do pagamento ser efetivado até o dia 12/04, depois para dia 13/04, mas até agora trabalhadores não viram a cor dos seus pagamentos. A paralisação também ocorre com os trabalhadores da prestadora na RPBC em Santos-SP.

Trabalhadores pedem apoio do Sindipetro-RJ

Ainda nesta terça-feira foi realizada uma reunião com o preposto da empresa Allcontrol e a fiscalização da Petrobrás, que por sua vez informou que está tomando todas as medidas e fará a retenção do pagamento da empresa Allcontrol caso a situação perdure.

O Sindipetro-RJ exigiu que a Petrobrás tomasse medidas duras e enérgicas contra a empresa para pressionar que o pagamento fosse feito. Além disso, o Sindicato faz um chamado a todos os petroleiros a apoiar a greve, e não se omitir diante de injustiças com trabalhadores terceirizados.

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Contratação de empresas falidas

Sem qualquer experiência no ramo da indústria do petróleo, a empresa foi contratada recentemente pela Petrobrás, operando no CENPES há pouco mais de um mês.

Segundo consta no site JusBrasil, a Allcontrol Engenharia Eirelli é alvo de 187 processos na Justiça, sendo 136 na Justiça do Trabalho de Minas Gerais (TRT3) e 22 no Tribunal de Justiça do mesmo estado. Além disso, a empresa encontra-se em processo de recuperação judicial.

A situação mostra mais uma vez como a direção da Petrobrás negligencia em contratações a verificação se as empresas têm o nome sujo e são devedoras de passivos trabalhistas. Basta apresentar uma proposta abaixo de cotações concorrentes nas licitações de contratação de serviços para ganhar um contrato, que não é cumprido na integralidade, fazendo com que trabalhadores contratados paguem para trabalhar, não recebendo seus salários e benefícios.

A direção da Petrobrás, que tanto alardeia seu sistema de governança e controle, mostra que , na verdade, não adota critérios rigorosos na contratação de empresas terceirizadas. Contrata empresas falidas, que embolsam os valores dos meses iniciais de contrato, e essas mesmas empresas entram em recuperação judicial, estendendo ao eterno a obrigação de arcar com a responsabilidade de indenizar os trabalhadores terceirizados.

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