Afinal, qual é o protocolo anti COVID-19 na Transpetro?

A Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) diz que implementa barreiras contra a COVID-19 em todas as unidades do Sistema Petrobrás, mas pratica formas diferentes em cada uma delas e não busca implementá-las efetivamente. Isso não por questões de limitação técnica, mas por uma economia em que poupa dinheiro para salvar vidas. Um exemplo é o formulário de auto avaliação que os trabalhadores preenchem, informando se estão ou não com determinados sintomas. Em determinadas unidades é a única forma de triagem operacional, além de testes rápidos conduzidos sem seriedade.

Todos sabemos que existe transmissão da COVID-19 por assintomáticos. É necessário que várias barreiras sejam aplicadas em paralelo, de forma eficiente. Por isso, desde o início o Sindicato vem cobrando a testagem massiva e devidamente conduzida, mas parece que, só agora, a empresa se deu conta da importância da mesma. De antemão esclarecemos que não era uma questão de dificuldade em comprar os testes, embora isso possa acontecer. Os gestores da EOR sustentavam que esta não era a política da empresa e pronto.

Ressalta-se que em nenhum momento o Sindicato foi chamado para discutir medidas preventivas ou comunicado sobre esses procedimentos.

“Fiquei jogado!”

O Sindipetro-RJ recebeu uma denúncia do TABG que serve de exemplo. Sentindo-se resfriado, espirrando e com febre, o trabalhador marcou “sim” para algumas perguntas no formulário de auto declaração. Foi impedido de entrar pelo segurança e a médica o afastou por 14 dias. Mas não recebeu nenhuma outra orientação, permanecendo por três horas, de 7h às 10h, na Ponte do Barão, local com concentração de trabalhadores na entrada do expediente. Não houve preocupação como esse trabalhador, a princípio com COVID-19, retornaria para casa. Em casa, ele recebeu um único telefonema da empresa, para que fizesse o teste para COVID-19 na Transpetro, edifício Sulacap. Novamente, nenhuma orientação foi repassada.

“Não sei se tive COVID-19!”

No dia do teste, ninguém da empresa. “O teste foi o do cotonete e quem me recebeu foi somente o funcionário do laboratório contratado. O sistema estava fora do ar e eles pediram o meu e-mail para contato. Dias depois, eu só recebi um e-mail de laboratório, que eu não consegui acessar e imagino que seja do laboratório do exame, mas não sei o resultado até hoje e ninguém da empresa entrou em contato comigo”, conta o petroleiro.

Depois de cumprir os 14 dias em casa, o trabalhador retornou na quarta (11) e a empresa até o momento não fez nenhum contato a respeito de sua saúde. Não houve cuidado nem atenção, nem mesmo no retorno ao trabalho.

O Sindipetro-RJ enviou na sexta (12) um ofício à Transpetro cobrando esclarecimentos sobre os procedimentos adotados no TABG. (Ofício 163-Protocolo COVID-19 Transpetro)

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