8M – Petroleiras contra o Assédio

Para combater a realidade na empresa, as petroleiras se insurgiram relatando diversas situações de assédio moral sexista com conteúdo de gênero no grupo Petroleiras contra o Assédio na plataforma de comunicação Workplace usada pela Petrobrás. 

São relatos espontâneos alarmantes de mulheres petroleiras que mostram o fosso existente entre o que ocorre na empresa e o que seria um mundo de trabalho livre de violência e assédio. Publicamos alguns nas páginas deste boletim especial. 

“Eu estava grávida de 8 meses (segunda gravidez) e a gerente me disse que eu deveria ser castrada, que para pobre e preto deveria ter a castração como existe para cães e gatos.”

“Eu não consegui nem subir as escadas com o modelo masculino de uniforme, então gastei uma boa grana com a costureira para reformar os seus uniformes.” 

“Eu era a única petroleira numa gerência e fiquei de fora do grupo de whatsApp e me disseram ‘você não vai gostar do conteúdo’.”

“Após fazer apresentação virtual de trabalho junto com dois colegas homens, a  maioria de homens que assistiram parabenizaram apenas os dois homens, ignorando a minha existência.”

“Tenho 20 anos de Petrobrás e minha pior avaliação do GD foi quando retornei da licença maternidade da minha primeira filha. Ainda tive que ouvir piadinha do ex-gerente que eu estava de férias; Ele achava um absurdo eu fazer 6h por causa do aleitamento materno.”

“Ao concorrer ao cargo de gerente, questionaram minha competência por eu cuidar de um familiar idoso”

“Plataforma é um ambiente tão machista que uma vez eu estava com muita cólica menstrual e pedi ao supervisor para voltar para o camarote, mas ele negou. Os homens com dor de barriga podiam ficar no camarote.”

“Por ser mãe, sempre escuto que não tenho tempo para pegar esse ou aquele projeto.” 

“Meu marido também é petroleiro e um dia saiu cedo para levar nosso filho ao pediatra (usando o BH dele, sem pedir abono) e a chefia perguntou pra ele por que eu (esposa dele) não levava.”

“Em reunião de situação operacional de sonda projetaram uma foto com embarcados e alguém deu zoom na foto, colocando a única mulher em evidência no telão. Perguntaram ainda quem era a operadora porque era muito bonita. Eu era a única na sala com mais de 20 homens e vários gerentes.”

“Por causa da licença maternidade, meu gerente justificou que eu não ia levar nível, mas deu para um homem que ficou muito tempo de licença médica.”

“Quando uma coordenadora na refinaria foi promovida, os homens todos diziam que era porque ela tinha um caso com o gerente executivo.”

“Em entrevista no CENPES, perguntaram para a minha amiga que era de Salvador se ela queria ir para o Rio para arrumar marido.”

Coluna Petroleira

Com o CENPES ao fundo, Raira Coppola e Natália Russo (diretoras do Sindipetro-RJ e da FNP) e Ana Paula Baião (diretora da FNP).

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher,  as petroleiras levarão essas e outras pautas às ruas. O Sindipetro-RJ está organizando a coluna petroleira para a passeata que vai sair da Candelária, às 16h, rumo à Cinelândia. Na concentração, a partir do início da tarde, visite a barraca do Sindicato. Na passeata, siga o estandarte e junte-se ao grupo com as camisetas roxas “Lute como uma Petroleira”.  Venha vestir a camisa e participar!

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