A Balsa Guindaste e de Lançamento 1 (BGL-1) é um ativo que pelo menos parte da hierarquia da Petrobrás quer alienar. Como explicamos na matéria BGL-1: um ativo a ser co­nhecido e mantido na Petrobrás (http://sindipetro.org.br/bgl-1-um­-ativo-a-ser-conhecido-e-mantido­-na-petrobras/), somos contra essa alienação.

No quadro das reuniões que re­alizamos com a hierarquia do Ser­viços de Equipamentos Submarinos da área de Sistemas Submarinos (SUB/EQSB), incluindo a gerência de Serviços de Instalações Maríti­mas, o SIMA (SUB/EQSB/SIMA), ge­rência à qual a balsa está vinculada, temos insistido nas críticas. Uma delas é o que consideramos uma política de tentativa de fato consu­mado.

Segundo o próprio SIMA, a pro­posta de alienação da balsa ainda não chegou formalmente à Direto­ria Executiva da empresa. Mesmo as­sim, o SIMA está sucateando a BGL-1. Retirou quase todos os materiais da embarcação, que está atracada no Es­taleiro Inhaúma, no Caju. Diminuiu drasticamente a equipe a bordo, não mantém essa equipe 24 horas por dia na balsa, pretende diminuir ainda mais a equipe e, na prática, já coloca o equipamento numa hibernação, mesmo sem, até onde sabemos, auto­rização da Marinha. Além disso, os reparos em casos como o não funcio­namento de sistema de telecomunica­ções e da refrigeração têm demorado.

Se, como diz a hierarquia do SIMA, a Diretoria Executiva da Petro­brás ainda não decidiu sobre a aliena­ção da BGL-1, por que deixar a balsa dessa maneira? Afinal, se a Diretoria Executiva ainda não decidiu, existe, pelo menos em tese, a possibilidade de a balsa não ser alienada. A Petrobrás sempre elogiou a balsa, apresentando­-a como um equipamento estratégico.

Além disso, sabemos de questio­namentos técnicos internos quanto à decisão de se desfazer dela. Sabe­mos também que muitos descomis­sionamentos de plataformas estão sendo preparados para os próximos anos, no que será um dos grandes negócios do Setor de Óleo e Gás (e da Engenharia) no período. A BGL-1 é talhada para pelo menos parte des­ses descomissionamentos. E o setor ao qual ela está vinculada não aceita nem fazer estudos sobre a possibili­dade de, em vez de aliená-la, arren­dá-la, mantendo-a como um ativo da Petrobrás. Mesmo na hipótese da diretoria da Petrobrás aprovar a alie­nação, esse sucateamento nos parece bastante prejudicial, inclusive por­que traz, entre outros riscos, os de quebra de equipamentos que ainda estão na balsa (pela falta de suficien­te manutenção), de perdas/furtos de materiais (como de um sino da em­barcação, até agora sem explicação), de acidentes e de desvalorização da BGL-1 numa eventual venda.

Versão do impresso Boletim XCVI

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