A Petrobrás está para o corpo, como os trabalhadores estão para a alma

No passado, uma Petrobrás fruto de um movimento social vivo (O petróleo é nosso!) conseguiu, ao longo dos anos, por meio dos trabalhadores, resistir à “campanha subterrânea dos grupos internacionais” aliada “à dos grupos nacionais”, aqueles que ainda hoje pretendem “continuar sugando o povo brasileiro”.

Ao longo do tempo, de uma categoria cuja disposição para luta se fez sentir em grandes greves como as das décadas de 80 e 90, chegamos a um cenário no qual muitos trabalhadores têm deixado o medo os imobilizar, têm adoecido, têm, ao mesmo tempo, deixado o individualismo e o egoísmo pautarem suas respectivas decisões e não se vêem (ou não querem se ver) como trabalhadores… São colaboradores, são força de trabalho, são o adjetivo da moda. Mas são trabalhadoras e trabalhadores, queiram ou não.

Nesse cenário tétrico, aqueles que se expõem cada vez em menor número estão postos à mercê dos” poderosos do dia e às castas privilegiadas”, num processo de capitulação cujo alvo é, no contexto em questão, o povo trabalhador brasileiro. Não há ganhos na luta desse lado de cá, ou ao menos, não os ganhos que alguns dos olhares curiosos esperam para uma ação. E o que faz essas pessoas se movimentarem, se exporem, lutarem de fato? Entre tantas outras coisas, a luta genuína se dá por uma generosidade imensa e consciência coletiva. Sem alma, o corpo padece.

Solidariedade

Hoje (31/7) será a audiência de duas dessas pessoas, que foram e continuam sendo perseguidas por se disporem a ser daquelas que fazem a luta. No meio de tanta violência que tomou conta das relações interpessoais, a solidariedade parece ser o único meio de buscar vencer o terreno de desconfiança generalizada propositalmente instituído. Façamos hoje, dia 31/07, um dia solidário à Carla Marinho e Patrícia Laier que tiveram sua dedicação e trabalho covardemente atacados no processo de doação e luta do qual fazem parte. Lembremos também da petroleira Moara Zanetti (EDISEN), dirigente do Sindipetro-RJ e assistente social da GP, que sofreu perseguição sob alegação de “conflito de interesses” por ter questionado a implantação do PCR e do dirigente do Sindipetro-LP e da FNP, Tiago Nicolini Lima, lotado na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), punido com 4 dias de suspensão sob acusação de “permanecer indevidamente” na unidade.

Confira a reportagem após a audiência 

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