Petrobrás Biocombustível tem que ser incorporada e retornar ao trilho do futuro

Colocada à venda, em 2020, em processo de privatização com irregularidades, parece que a subsidiária deve ter processo de privatização cessado no novo governo. Mas, mesmo em caso de confirmação da bem-vinda notícia, é hora de ser mantida a mobilização para a conquista da incorporação da PBIO e de seus empregados à Petrobrás controladora para dificultar eventual intento privatista no futuro

No último dia 20, O Estado de São Paulo, publicou notícia de que a Petrobrás irá paralisar todos os processos de venda de ativos para serem reavaliados, que alguns devem ser extintos logo e que esse será o caso das refinarias e da PBIO. Lula já havia falado em não privatizar as refinarias ainda em campanha eleitoral, mas a inclusão da PBIO nesse pacote é nova e poderá marcar o fim de uma agonia implantada pelos privatistas durante a pandemia.

A luta mais direta em defesa da PBIO começou em 2020 quando o governo Bolsonaro anunciou a privatização de 100% das ações da Petrobrás Biocombustível (PBIO), justamente num momento em que o setor disparava em crescimento.

Diante da enorme importância desenhada no setor de Energia mundial para as alternativas energéticas, o tema é sem dúvida um dos que ganha cada vez mais repercussão e projetos de investimentos das economias estatais internacionais tanto que a Petrobrás manteve publicamente o discurso de investimentos, por exemplo, no biodiesel. Em 2022, a hierarquia privatista chegou a incluir no Plano Estratégico da Petrobrás controladora a construção de uma biorrefinaria dedicada à produção de diesel renovável e festejou a conclusão do primeiro teste de produção de bioquerosene de aviação (bioQAV) com resultados “promissores”.

No Brasil, a PBIO está entre as seis maiores do setor e há o importantíssimo fato de que a adição de biodiesel no diesel é obrigatória. Atualmente, a adição é de 12%, o chamado B12, mas a previsão é de que chegue a 15% ainda em 2023. E tramita no Congresso Nacional um projeto que prevê a adição de 20% de biodiesel ao diesel, o B20, até 2028. São propostas que foram canceladas por Bolsonaro, mas têm sido defendidas pelo Sindipetro-RJ que vê o aumento do biodiesel no diesel e a PBIO como parte do caminho de transição energética.

Mobilização dos trabalhadores é vitoriosa

Ao receberem a notícia da privatização, que viola princípios e possibilita negociação ilícita, os empregados da PBIO e o Sindipetro-RJ organizaram-se rapidamente e, juntos, promoveram lives, reportagens, podcasts, vídeos, tuitaço, atos, manifestações, passeatas, pediram e participaram de audiências públicas.

Consulte todos os conteúdos: https://sindipetro.org.br/pbio-m/2/

O Sindipetro-RJ realizou inúmeras assembleias e a FNP lançou uma petição que ainda segue colhendo assinaturas pela redução do preço dos combustíveis e contra as privatizações: http://www.bit.ly/petrobrasdopovo

A PBIO significa o ápice, em 2008, da implementação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel no Brasil que começou em 2004. É uma grande produtora de biodiesel e pioneira em transição energética que investiu em pesquisa durante 12 anos para diminuir o percentual de fontes fósseis na matriz energética nacional.

Mão de obra superqualificada

Ao oferecer a PBIO para a venda, Bolsonaro e a hierarquia privatista colocaram no pacote todos os empregados da subsidiária, dispensando expertise e construção de referência no Setor!

No mesmo ano, 2021, o Ministério das Minas e Energia divulgava que o mercado de biocombustíveis estava “pujante” com crescimento em 2020 a ponto de o Brasil ficar em segundo lugar na produção de biocombustível a partir do milho. https://sindipetro.org.br/10-motivos-contra-venda-pbio/

Trata-se de um grupo de trabalhadores valorosos, altamente qualificados, aptos para o desenvolvimento de projetos de pesquisa nesse setor com detenção de conhecimentos em agricultura, negócios envolvendo agricultura, tratamento de óleos vegetais, mercado de óleos e gorduras. Muitos adoeceram desde que a empresa foi colocada à venda por conta das bruscas mudanças que ocorreram e de toda a violência psicológica exercida, na prática, pela hierarquia privatista.

O Brasil não pode perder nem uma grande empresa com mais de uma década de experiência como a PBIO, nem os mais de 100 empregados admitidos em concurso público realizado em 2010! Um dos materiais produzidos durante a Campanha em Defesa da PBIO foram os 10 tópicos, porque a Petrobrás Biocombustível não deve ser vendida. https://sindipetro.org.br/10-motivos-contra-venda-pbio/
Conheça o carrossel no Instagram: https://www.instagram.com/p/CSttHceLthL/?utm_medium=copy_link

Em maio de 2021, a greve dos empregados da PBIO foi muito importante para atrasar o processo de privatização, inclusive pautando a PBIO na sociedade e obtendo apoio de trabalhadores de outras partes do Sistema Petrobrás, tanto em atos quanto em mensagens. No Dia Nacional em Apoio à Greve na PBIO em 24 de maio de 2021, houve atos e atrasos no TABG, CENPES e Aeroporto de Cabo Frio.

Desde o início da luta contra a privatização da PBIO, o Sindipetro-RJ estreitou contatos com os Sindipetros MG e BA para que a mobilização fosse feita de forma conjunta em todas as unidades da PBIO culminando com um histórico Ato Nacional na porta do EDISE. E teve até a criação de um hino: https://sindipetro.org.br/hino-greve/

Em maus momentos, foi preciso ainda enfrentar a gestão truculenta que retirou faixas contra a privatização e em defesa dos empregados.

Agora, é manter a mobilização em defesa da PBIO, dos empregos e da incorporação pela controladora para dificultar eventual próximo intento privatista mais direto, na medida em que o Supremo Tribunal Federal (STF), de modo lamentável, autorizou a privatização de subsidiárias de estatais sem passar pelo parlamento e sem necessidade de licitação!

Saiba mais:

Live de abril de 2021 – Debate com a agrônoma da PBIO, Rachel Nunes; e Antony Devalle, diretor do Sindipetro-RJ. https://www.youtube.com/watch?v=2fwiRVxR9uo

Podcast de agosto de 2021 – Especial PBIO com Antônio Neiva, engenheiro mecânico e mestre pela Unicamp, pesquisador do CEPEL – Centro de Pesquisas da Eletrobrás, especialista em energia eólica, diretor do SENGE-RJ e co-fundador do Movimento Baía Viva; Gustavo Machado, pesquisador do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (ILAESE); e o diretor do Sindipetro-RJ, Antony Devalle. Ouça e compartilhe: https://sindipetro.org.br/pfmb-campanha-pbio/

Vídeo-animação com fatos e dados contra as mentiras dos privatistas na Campanha em Defesa da Petrobrás Biocombustível que foi lançada no dia 24 de setembro de 2020: https://www.youtube.com/watch?v=NEavKZGqyl0

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