No dia 30/10, seu voto vai decidir o que queremos para a maior empresa da América do Sul

Em programa veiculado na terça (25), no podcast Lado B do Rio, o diretor do Sindipetro-RJ e da FNP, Mateus Ribeiro conversou com Fernanda Castro sobre o que as urnas dirão sobre a Petrobrás e qual o projeto de sociedade queremos para o Brasil.

Uma Petrobrás aliada ao povo brasileiro ou para encher os bolsos dos mais ricos?

“No dia 30/10, vamos ter a possibilidade de optar por ter uma Petrobrás que esteja vinculada a um projeto de transição energética e que seja de fato um Sistema do poço ao posto, com controle estatal, gerando mais empregos, garantindo combustíveis e botijão de gás a preços justos para os brasileiros. Obviamente, que houve problemas na época do governo Lula e nós fizemos uma luta, mas não há dúvidas quando comparamos com o governo Bolsonaro que está transformando a Petrobrás numa exportadora de óleo cru, que já vendeu todos os postos junto com a BR Distribuidora, vendeu refinarias e fábricas de fertilizantes, por exemplo” disse Mateus Ribeiro.

Para ele a escolha entre os dois candidatos é bem clara: “Nós temos agora de um lado o fortalecimento da Petrobrás em defesa do patrimônio público nacional para que o estado possa intervir e controlar a inflação e aumentar emprego e renda e do outro lado uma Petrobrás privatizada para favorecer acionistas da bolsa em Nova York e empresas multinacionais do petróleo”.

Dados históricos mostram o futuro dos petroleiros

Para Mateus Ribeiro, é fácil avaliar as duas propostas colocadas nestas eleições porque “cada candidato tem uma proposta para a Petrobrás, mas também existem os dados com números sobre os próprios governos feitos por Lula e Bolsonaro que servem para falarmos do futuro”.

Terceirizados na Petrobrás

Ao dirigir-se especialmente aos petroleiros terceirizados da Petrobrás e do setor privado, onde existe uma disputa sobre o voto agora nestas eleições, inclusive com ameaças de empregadores pelo voto a Bolsonaro, Mateus Ribeiro apresentou dados contundentes: “Há 10 anos, em 2012, a Petrobrás tinha 85.065 mil funcionários próprios e 360.372 trabalhadores terceirizados; os dados mais recentes, de 2021, são de que a estatal possui 45.533 empregados e 99.126 terceirizados – uma redução de 72% na terceirização. Isso significa que houve drástica redução com manutenção do desemprego no governo e temos aí outro dado muito importante sobre os salários: “no pós-Lava Jato, os contratos que foram estabelecidos com a Petrobrás foram num valor salarial muitíssimo menor. Quem cumpria função de nível superior, foi recontratado recebendo salário de nível técnico; quem recebia como técnico passou a receber metade ou menos da metade do que recebia antes!”.

Portanto, Mateus Ribeiro conclui que “o que está em jogo é a sobrevivência dos petroleiros! E todas essas reduções que eu citei ocorreram sobretudo a partir dos governos Temer e Bolsonaro, sendo que no de Bolsonaro houve um aprofundamento muito maior de demissões e redução salarial na Petrobrás”.

Toda a população perderá com o fim da Petrobrás estatal

“O Bolsonaro já anunciou que se for reeleito vai levar adiante o projeto de privatização da Petrobrás e quem vai perder com isso é toda a população, que passará a pagar ainda mais caro pelos serviços”, disse Mateus Ribeiro. E exemplificou: “a iniciativa privada só quer lucrar como está fazendo os compradores da refinaria Landulpho Alves na Bahia, hoje chamada de Mataripe. Essa Refinaria é a que tem os preços mais caros hoje no Brasil”.

Mateus Ribeiro também lembrou que, com as privatizações, o estado reduz sua arrecadação: “Sendo a Petrobrás a maior empresa da América do Sul e uma das maiores do mundo, parte dos lucros vai para o Estado e isso vai deixar de acontecer com a privatização. Um dinheiro que poderia ser investido em saúde, previdência e educação que vai passar para a iniciativa privada”.

Conteúdo local é essencial para o desenvolvimento do país

Um dos assuntos importantes comentados por Mateus Ribeiro durante a entrevista foi sobre a retomada do conteúdo local que foi abandonado pelo governo Bolsonaro: “É fato que hoje a Petrobrás importa até plataformas! O Lula já se comprometeu a retomar o conteúdo local para gerar emprego e renda aos trabalhadores, retomar o desenvolvimento e acabar com a política do Preço de Paridade de Importação (PPI) que traz todo o sofrimento para a população com a dolarização da economia”.

Mateus Ribeiro explicou que “a Petrobrás é uma estatal que pode ter um lucro gigantesco sem precisar vender combustíveis e gás de cozinha tão caros para a população, porque ela produz aqui no Brasil e o governo pode regular esses preços!”.

Bolsonaro abandonou o COMPERJ/GASLUB

“Eu trabalho no Comperj desde 2018 e o Bolsonaro não concluiu nem a transformação do complexo numa unidade voltada ao gás. Nós vemos todos os dias uma refinaria que estava praticamente pronta, que era uma possibilidade de geração de empregos e renda no estado do Rio de Janeiro, sucateada, quando sabemos que importamos o diesel, por exemplo, e esse problema só poderá ser solucionado com a construção de mais refinarias”.

Mateus concluiu com uma dica: “Se você não é acionista, banqueiro ou dono de uma empresa petrolífera não tem motivos para votar pela reeleição de Bolsonaro”.

Vá votar no dia 30/10 e vote consciente!

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