Sem treinamento adequado, terceirizado morre na P-19

Era o segundo embarque do caldeireiro Patrick Carlos que não conhecia a saída de sala após disparo acidental do sistema de CO2 

Patrick Carlos nasceu em São Mateus (ES), tinha 37 anos, era casado, pai de dois filhos, e trabalhava há apenas dois meses e oito dias para a GranIHC Services S.A. A empresa presta serviços para a Petrobrás na P-19, no Campo de Marlim, Bacia de Campos.

Na terça (02), às 9h30, quatro trabalhadores estavam na sala do moto gerador – equipamento que produz energia de emergência – quando aconteceu o acidente. O moto gerador fica numa sala estilo casulo e o sistema CO2 é para que em caso de incêndio o fogo possa ser debelado rapidamente. Ocorria uma obra de retirada de piso gradeado. Com o disparo acidental do gás, a visibilidade passou a ser zero.

Um deles relatou que saiu agarrando no macacão do colega que saía na frente. Eles prenderam o oxigênio para não inalar o CO2. Os dois conseguiram sair pela porta, mas o terceiro colega desmaiou lá dentro, sendo retirado a tempo com vida. Infelizmente, o último faleceu no local: “Era o primeiro embarque dele, então ele não sabia o caminho. Ele ficou nervoso, não conseguiu nos seguir, ficou desorientado, foi para o outro lado e acabou falecendo”.

Segundo o técnico de segurança, houve uma falha no sistema e, depois, aconteceu inclusive um outro disparo acidental, mas sem CO2, porque o gás já havia acabado.

O Sindipetro-RJ luta permanentemente contra todos os problemas enfrentados pelos terceirizados na Petrobrás. É revoltante que um trabalhador perca a vida por não ter tido treinamento adequado! Patrick é mais uma vítima da falta de responsabilidade da hierarquia da Petrobrás e das empresas que prestam serviços para a estatal. É preciso um basta!

Toda solidariedade aos familiares e amigos nesse momento de profunda tristeza.

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